Uma pesquisa feita na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) resultou na criação de um inseticida e um repelente a partir do óleo essencial obtido das folhas da planta nativa da caatinga e do cerrado, Lippia gracilis, conhecida como alecrim do serrote e alecrim da chapada. Esses produtos mostraram eficácia contra os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, responsáveis pela transmissão da dengue.
O estudo foi conduzido pelo estudante de Biotecnologia, Renan Leite, sob a orientação da professora Fabíola Nunes, do Centro de Biotecnologia (CBiotec), através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), no Laboratório de Biotecnologia Aplicada a Parasitas e Vetores (Lapavet).
Os produtos foram desenvolvidos a partir da extração do óleo essencial das folhas da planta usando destilação por arraste a vapor em laboratório. A escolha da Lippia gracilis foi motivada pela sua alta produção de óleo essencial, sendo capaz de produzir até 700% a mais do que outras plantas com metade da quantidade de folhas.
O Lapavet, que já possui tradição na pesquisa de inseticidas e repelentes naturais e sintéticos, incorporou com sucesso a Lippia gracilis no seu portfólio. Os produtos demonstraram eficiência na eliminação dos mosquitos, com mecanismos de ação envolvendo a morte celular e a redução da produção de óxido nítrico pelos hemócitos.
O projeto resultou em diversos trabalhos científicos apresentados em eventos nacionais e internacionais, recebendo uma “Menção Honrosa” em um simpósio de química medicinal. O repelente e o inseticida, de fácil acesso devido à sua presença comum nas regiões do Brasil, pode contribuir para a redução da contaminação ambiental e gerar empregos.
Embora ainda não esteja disponível comercialmente, aguarda a finalização da liberação de patentes.