Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor especial de Jair Bolsonaro e figura controversa no cenário político brasileiro, foi alvo de uma operação da Polícia Federal(PF) na última quinta-feira (8). A ação, batizada de Tempus Veritatis, teve como objetivo desarticular um esquema de produção e disseminação de notícias falsas.
Quem é Tércio Arnaud?
Natural de Campina Grande, na Paraíba, Tércio se destacou por sua atuação nas redes sociais, administrando a página “Bolsonaro Opressor” no Facebook. Através de memes e conteúdos inflamados, o perfil angariou visibilidade e chamou a atenção de Carlos Bolsonaro, filho do então deputado federal Jair Bolsonaro.
Em 2018, Tércio ingressou na equipe de Bolsonaro, ocupando o cargo de assessor especial. Atuando nos bastidores, ele teria sido peça fundamental na estratégia de comunicação digital da campanha presidencial, marcada por ataques a adversários e disseminação de desinformação.
Já no ano de 2022, ele renunciou ao cargo de assessor de Bolsonaro para concorrer como suplente de senador na Paraíba. Como não venceu a eleição, foi nomeado novamente para o cargo de assessor, em outubro de 2022.
Sob a mira da PF
A operação cumpriu mandados de busca e apreensão em diversos endereços, incluindo a casa de praia de Jair Bolsonaro em Angra dos Reis, onde Tércio se encontrava no momento da ação e seu celular foi apreendido e será analisado pela PF, segundo informações da GloboNews.
As investigações em curso podem trazer à tona o real alcance das atividades de Tércio e seus impactos na sociedade brasileira. As perguntas sobre o papel do “gabinete do ódio” e a responsabilidade de seus integrantes ainda aguardam respostas.
A apuração foi realizada pelo Laboratório Forense Digital (DFRLab) apenas com base em mensagens e postagens das páginas removidas.
Investigações por golpe de Estado
De acordo com a PF, Tércio Arnaud é um dos investigados por tentar dar um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva. A investigação aponta que ele teria participado de um grupo que se dividiu em núcleos para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições, antes mesmo da realização do pleito, com o objetivo de viabilizar e legitimar uma intervenção militar.
Afora isso, em 2021,Tércio também foi citado e investigado na CPI da Covid-19 do Senado Federal. Ele era suspeito de disseminar fake news contra a vacinação em massa da população brasileira e contra a segurança dos imunizantes.