O Senado dos Estados Unidos deu sinal verde para um projeto de lei que destina US$ 95,3 bilhões (R$ 472 bilhões) em ajuda financeira para Ucrânia e Israel. A decisão aconteceu nesta terça-feira (13), gerando confronto com a Câmara.
O pacote inclui uma considerável quantia para fortalecer a Ucrânia e fornecer apoio à segurança em Israel, além de assistência humanitária a civis em Gaza, Cisjordânia e Ucrânia. Ainda não se sabe se o presidente da Câmara, Mike Johnson, levará a proposta para votação, já que muitos republicanos na Câmara se opõem a oferecer mais ajuda à Ucrânia.
O Senado aprovou o projeto apesar das críticas de Johnson à legislação e da oposição manifestada pelo ex-presidente Donald Trump, que argumentou contra o fornecimento de ajuda a outros países, a menos que seja na forma de um empréstimo.
A votação no Senado foi de 70 a 29, com 22 republicanos votando a favor, incluindo o líder da minoria no Senado, Mitch McConnell. Após a votação, McConnell afirmou em comunicado: “A história registra que o Senado não hesitou hoje sobre o valor da liderança e força americana.”
O projeto de lei destina US$ 60 bilhões para apoiar a Ucrânia em sua resistência contra a Rússia, US$ 14,1 bilhões em assistência de segurança para Israel, US$ 9,2 bilhões em ajuda humanitária e US$ 4,8 bilhões para apoiar parceiros regionais na área Indo-Pacífico, juntamente com outras disposições políticas, conforme informado pelo Comitê de Dotações do Senado.
A legislação foi aprovada após os republicanos bloquearem um projeto de lei mais abrangente na semana passada, que uniria ajuda externa a um acordo fronteiriço bipartidário.
Inicialmente, os republicanos pediram que a segurança fronteiriça fizesse parte do projeto de lei, mas rejeitaram o acordo bipartidário sobre a fronteira devido a críticas de Trump e dos principais republicanos da Câmara.
Em um comunicado divulgado na segunda-feira, Johnson criticou o projeto de lei de ajuda externa pela ausência de disposições fronteiriças, afirmando que o Senado “deveria ter ajustado o projeto de lei atual para incluir medidas reais de segurança fronteiriça que ajudariam a resolver o conflito em curso”.
Johnson já se opusera ao projeto de lei mais amplo, que incluía disposições fronteiriças. O presidente considerou essas disposições inadequadas, apesar de serem resultado de negociações bipartidárias e incluírem medidas restritivas nas fronteiras.
O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, comemorou a aprovação da legislação, declarando no plenário: “Passou muito tempo desde que o Senado aprovou um projeto de lei que afeta não apenas nossa segurança nacional, não apenas a segurança de nossos aliados, mas a segurança da democracia ocidental”.
“Acredito que se o presidente Johnson trouxer este projeto de lei ao plenário da Câmara, ele será aprovado com o mesmo forte apoio bipartidário”, disse Schumer.
O Senado prosseguiu com o projeto de lei, enquanto Trump argumentava que os EUA não deveriam fornecer ajuda externa sem ser um empréstimo, indicando oposição à legislação.
A análise do projeto levou vários dias, enquanto o senador Rand Paul, de Kentucky, se comprometia a estender o prazo em protesto contra a legislação.
Qualquer senador pode desacelerar o processo e obrigar o Senado a realizar votações prolongadas para alcançar a aprovação final.
Paul continuou insistindo no domingo, afirmando que resistiria até que “o inferno congele”. Ele expressou disposição para se manifestar, abordando a questão da dívida nacional e outros temas.
Com informações: CNN Brasil