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Após Carnaval, Senado decide futuro das saídas temporárias de presos

Projeto tramita há mais de uma década, mas ganhou destaque após assassinato do PM de Minas Gerais, Roger Dias, por um preso que descumpriu o prazo do benefício.

Fonte: Agência Brasil
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O projeto que restringe as saídas temporárias de presos, conhecidas como “saidinhas”, está previsto para votação pelos senadores após o Carnaval. Na última quarta-feira (7), foi aprovada a urgência de análise em plenário, eliminando a necessidade de debate na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Houve modificação no texto em relação à aprovação na Câmara, e, por isso, antes de seguir para sanção presidencial, a proposta precisa passar por nova análise dos deputados federais.

A expectativa é que o processo de deliberação no Congresso seja rápido. O projeto está em tramitação legislativa há mais de uma década, mas ganhou destaque após o assassinato do sargento da Polícia Militar de Minas Gerais, Roger Dias, por um preso que descumpriu o prazo do benefício.

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A “saidinha” é um benefício aplicável a condenados no regime semiaberto que tenham cumprido 1/4 da pena, durante feriados, cursos ou outras atividades.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), relator da proposta, acolheu uma emenda do senador Sergio Moro (União Brasil-PR). A sugestão defende a manutenção da saída temporária apenas para cursos profissionalizantes, instrução do ensino médio ou superior.

“Acolhi a emenda que permite a autorização para estudar fora da unidade prisional a presos que não cometeram crime hediondo, ou crime com violência, ou grave ameaça. O que é diferente das saídas em feriados que estão sendo proibidas para todos os presos [no projeto]. Estou colocando o nome na lei, que será Lei Sargento PM Dias”, explicou Flávio.

Diante da pressão para acelerar a tramitação, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que a matéria será pautada “em momento oportuno”. Ele indicou que os parlamentares buscarão mudanças focadas no sistema prisional, defendendo a revisão do Código Penal e de institutos penais como livramento condicional, comutação, indulto e saídas temporárias.

Pacheco destacou a frequência de crimes relacionados às saídas temporárias, que, ao invés de promover ressocialização, têm permitido a liberdade daqueles que não deveriam estar livres.

Divergências persistem entre os parlamentares. A urgência na tramitação foi aprovada com votos contrários dos senadores Paulo Paim (PT-RS), Jorge Kajuru (PSB-GO), Zenaide Maia (PSD-RN) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

O Ministério Público Federal se opôs ao projeto que elimina o benefício do saidão, considerando-o “flagrantemente inconstitucional”. O texto propõe até cinco saídas por ano, sem vigilância direta, para visitas às famílias, visando garantir a ressocialização dos detentos.

O senador Jorge Seif (PL-SC) criticou a posição do MPF, argumentando que, ao propor uma mudança na lei, o projeto não será mais inconstitucional. Ele expressou descontentamento com a postura de alguns membros do MPF, chamando-a de “bandidolatria”.

O texto também estabelece a necessidade de exame criminológico para a progressão de regime, avaliando a capacidade do preso de se adaptar ao novo regime com autodisciplina, baixa periculosidade e senso de responsabilidade.

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