O uso da droga conhecida como burundanga tem preocupado as autoridades na Colômbia, sendo utilizada por criminosos em festas e encontros por aplicativos de relacionamento. Essa substância, extraída da planta “borrachera”, resulta na escopolamina, um relaxante presente em medicamentos para cólicas. A burundanga não possui cheiro ou sabor, podendo ser dissolvida em bebidas ou alimentos sem ser percebida pela vítima.
Com efeitos que incluem perda de memória e autonomia, a droga leva as pessoas a revelarem dados sensíveis, como senhas de cartões. Além disso, seu uso tem dificultado o processo legal, pois a substância desaparece do sangue após seis horas e, na urina, em doze horas.
A denominação “burundanga” é comum em Bogotá, mas a droga também é conhecida como “sopro do diabo”, “pó do zumbi” e “droga do estupro”. O seu uso não é recente, sendo registrado desde 1995. Recentemente, aplicativos como o Tinder lançaram campanhas de alerta, devido a casos de roubos e até mesmo mortes relacionadas à droga.
Vítimas relatam situações em que perderam grandes quantias de dinheiro, pertences e até mesmo a memória, destacando a dificuldade em buscar justiça devido à perda de memória e ao diagnóstico tardio da substância. Um dos casos envolvendo uma vítima dos Estados Unidos ocorreu em maio do ano passado. Steven Valdez, de 31 anos, estava em Medellín e acreditou ter reconhecido uma mulher com quem tinha feito match no Tinder. Durante o encontro, ela sugeriu que experimentasse um prato típico colombiano. Ao despertar, Valdez percebeu que havia perdido US$ 7 mil (equivalente a R$ 35 mil), além de seus celulares e notebook, conforme relatado pelo New York Times.