Preso desde o ano passado, o pastor Péricles Cardoso de Melo, da Igreja Assembleia de Deus em Mangabeira I, em João Pessoa, teve sua prisão preventiva mantida pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Cardoso já havia tentado soltura junto ao Tribunal de Justiça da Paraíba, sem sucesso. Para a ministra, o caso é delicado e demanda maior análise.
“Trata-se de matéria sensível e que demanda maior reflexão, sendo prudente, portanto, aguardar o julgamento definitivo do habeas corpus impetrado no tribunal de origem antes de eventual intervenção desta Corte Superior”, escreveu a magistrada.
Acusado de obter mais de R$ 2 milhões de vantagem indevida de fiéis, Péricles está preso na Penitenciária Flósculo da Nóbrega (Presídio do Róger). Antes de se entregar à Justiça, ele gravou um vídeo negando as acusações, mas admitiu não ter conseguido pagar as dívidas feitas para “obras da igreja” usando os cartões dos fiéis.
A promotora Gláucia Maria de Carvalho Xavier, do Ministério Público da Paraíba (MPPB), defendeu a prisão preventiva de Péricles. Segundo a investigação da Polícia Civil, o pastor se aproveitava da fé e do respeito dos fiéis para solicitar ajuda financeira para a compra e reforma de uma casa para a igreja.
A prática vinha ocorrendo há pelo menos dois anos. Péricles pedia dinheiro emprestado, utilizava cartões de crédito dos fiéis e, para ganhar confiança, pagava algumas dívidas. Os fiéis não sabiam dos pedidos entre si, pois tudo era feito em sigilo. O pastor também se passava por “bondoso”, ajudando fiéis com dinheiro particular, mas na verdade utilizava o dinheiro recebido da igreja para as “obras”.
O caso segue em investigação.