Dia 8 de Março, o Dia Internacional da Mulher, celebra a existência feminina e as conquistas dos direitos das mulheres, além de relembrar que a luta deve continuar diariamente em todos os âmbitos sociais, inclusive na área cultural. Na arte, apesar dos avanços para as mulheres, ainda existem desafios a serem enfrentados pelas as agentes culturais paraibanas, que seguem produzindo e divulgando suas obras.
Por mais de um século, o dia 8 de março é identificado ao redor mundo como uma data especial para as mulheres. Neste dia, como forma de refletir sobre os direitos das mulheres e solenizar sua pluralidade, o Portal Pop Notícias reúne, abaixo, algumas mulheres paraibanas que se destacam na construção da identidade cultural paraibana.
Sandra Belê
Elisandra Romeria da Silva, conhecida artisticamente como Sandra Belê, cantora e compositora, nascida em Zabelê, no Cariri paraibano. Desde os primeiros acordes de sua vida, a música esteve presente em seu caminho, influenciada pelo seu pai que era sanfoneiro.
Sandra começou sua carreira artística aos 18 anos com a banda de forró Millenium. No ano de 2004, Sandra Belê deu vida ao seu primeiro álbum, intitulado “Nordeste Valente”.
A artista lançou mais três discos, “Se Incomode Não” em 2009, “Encarnadoazul” em 2011 e “Cantos de Cá” em 2020.
Outra curiosidade é que dois anos após o primeiro disco, ela recebeu o convite para participar da série da TV Globo, “A Pedra do Reino”, inspirada na obra magistral de Ariano Suassuna.
Mensagem de Sandra Belê para o Dia Internacional da Mulher
“Um recado que eu deixo para todas as mulheres é que, acreditem nos potenciais de vocês, não esperem que ninguém fale qual o seu potencial, você mesma sabe qual é e você somente se basta, a gente só se basta e a gente é muito incrível, muito forte, muito maravilhosa. Eu desejo aqui que cada dia mais e mais mulheres se convençam disso, saibam e dominem esse poder que a gente já tem naturalmente, ser mulher é lindo demais, é uma poesia.”
Patrícia Cunha
Patrícia Cunha iniciou sua vida musical, ainda na infância, cantando no coral da igreja, onde também aprendeu a tocar violão. Com a chegada da maternidade e da vida acadêmica, a cantora teve que distanciar um pouco da carreira para dedicar sua atenção à família.
Em 2018, retornou com as apresentações fazendo voz e violão em dupla com um colega. Logo após a pandemia, Patrícia se dedicou às gravações de grandes artistas do forró e das suas próprias canções autorais.
Da vida em família surgiu a parceria musical com Giovani Cunha, esposo e incentivador. Juntos, passaram a compor xotes, forró, baião, arrasta pé, influenciados pelo grande compositor de forró Aracílio Araújo, tio de Giovani.
Em novembro do ano passado a cantora lançou sua música autoral “Somos um só”, com o cantor e compositor Santanna. No momento, está em processo de gravação para um EP que sairá em breve.
Mensagem de Patrícia Cunha para o Dia Internacional da Mulher
“Que sejamos sempre corajosas para ir em busca de nossos sonhos, levando Deus no coração e nossa verdade estampada no peito, com liberdade para sermos quem somos.”
Maria Alice
Maria Alice é uma cantora e compositora paraibana, nascida em João Pessoa, na Paraíba. Desde os primeiros anos de vida a arte está presente em sua vida, quando começou a fazer aulas de dança.
Aos 9 anos, ela se interessou pela música e iniciou aulas de teclado, mas só descobriu sua “missão de vida” quando começou a cantar, aos dezoito anos.
A cantora começou a se destacar na cena cultural paraibana em 2017, quando lançou seu show “Casa é morada”, interpretando canções de compositores paraibanos.
Ao longo da sua carreira a artista já fez diversas apresentações autorais como “Nascedouro” e “Afogamento”, e seu show mais recente “Descompasso”, onde canta canções paraibanas e suas próprias composições.
Mensagem de Maria Alice para o Dia Internacional da Mulher
“Meu desejo é ver mais mulheres ocupando lugares de destaque na música, com liberdade e igualdade de oportunidades”.
Maria Ferraz
Nascida em Petrópolis, no Rio de Janeiro, Maria Ferraz, cantora e compositora, começou no mundo musical ainda criança, aos sete anos, quando ingressou no Coral das Meninas Cantoras de Petrópolis, onde teve seu primeiro contato com a música.
Na juventude, veio com sua família morar na Paraíba, filha de paraibana, sua mãe sentia muita falta da cidade natal. Na capital paraibana, estudou, se formou e construiu uma família. Amante de poesia e livros, o gosto pela escrita sempre esteve presente na vida da artista.
Em 2020, lançou seu primeiro trabalho autoral “Mar di Fuego”, o álbum possui quatro episódios e 11 músicas e está disponível nas plataformas digitais.
Apaixonada por música brasileira, seus repertórios misturam um pouco de bossa nova, MPB, eletrônica, música nordestina e psicodélica.
Mensagem de Maria Ferraz para o Dia Internacional da Mulher
“Àquela mulher que anda acanhada, enrustindo seu lado artístico eu deixo um recado: liberte a si mesma dos julgamentos e mergulhe no que te envolve: música, educação, moda, dança, pintura, cinema. São mil e uma possibilidades e uma só vida para vivenciar. Se jogue!”
Clara Potiguara
Clara Iasyendy, mais conhecida como Clara Potiguara, é uma cantora popular indígena do povo Potiguara da Paraíba, de Baía da Traição. Seu primeiro contato com a música foi em um projeto social chamado Instituto Bato Lata.
Sua referência musical é coco de roda e coco de toré, ritmo muito comum dentro do seu território. Em seu trabalho mais recente, a artista foi finalista do VI Festival de Música da Paraíba em 2023 com a música “Akajú do Norte”.
Ela também faz parte da equipe de comunicação do projeto Memórias Potiguaras. O projeto é composto, em sua maioria, por comunicadores indígenas Potiguara e realiza um trabalho de documentar histórias do seu povo.
Atualmente, a cantora pesquisa o repertório ancestral dentro do seu território e faz algumas apresentações.
Mensagem de Clara Potiguara para o Dia Internacional da Mulher
“Meu desejo para esse dia é que mais mulheres indígenas ocupem espaços na capital Paraibana e nacionalmente, é bem importante que a música regional tenha o protagonismo do mulherio para quebrar os padrões e trazer a autenticidade originária, onde falem dos seus territórios, amores e lutas”.
Nathalia Bellar
Nathalia Bellar, cantora e compositora de João Pessoa, de uma família que apreciava música, embora ninguém trabalhasse profissionalmente com isso. Aos 20 anos, combinou sua paixão pela música com o teatro, formando sua primeira banda.
A cantora sempre teve canções com grandes destaques. Em 2016, ocorreu o lançamento da música “Estranho Mundo”, que chegou a ser distribuída internacionalmente.
Um ano depois, Nathalia participou do programa The Voice Brasil, integrando o time de Lulu Santos, levando seu talento e a cultura paraibana para rede nacional.
Em 2020, Nathalia Bellar lançou o primeiro disco, Catavento, que leva a ancestralidade africana e as raízes nordestinas ao universo pop. Depois, a artista apresentou mais lançamentos, os singles: Encaixe, Quem quer amor, Borandá e Discorde.
Mensagem de Nathalia Bellar para o Dia Internacional da Mulher
“Minha mensagem para o dia da mulher é que nós estejamos atentas, que não percamos a fé nem a consciência da força que temos. Existe ainda muito trabalho a ser feito, mas somos muitas e somos gigantes”.
Polyana Resende
Polyana Resende é cantora e sambista, natural de Recife, mas que vive há muito tempo na Paraíba. Viver em um ambiente onde a música e a arte no geral era muito apreciada, foi o principal motivo para tanto amor pela música.
A cantora se apresenta no Sabadinho Bom, evento de samba que acontece todos os sábados, na Praça Barão Rio Branco, no centro de João Pessoa e em bares da cidade, com o grupo Sanhauá Samba Clube.
Polyana trabalha com música há 20 anos.
Em 2017, lançou o primeiro álbum da sua carreira, Samba Teimoso. Em seguida lançou os singles Um Samba a Dois e Boa Noite Tchau.
Mensagem de Polyana Resende para o Dia Internacional da Mulher
“Permaneçamos na luta, pois, juntas somos fortes!”.
As Calungas
O Grupo As Calungas surgiu em 2012, fundado e organizado por oito mulheres percussionistas que se identificavam com cultura e música popular. É um grupo de percussão e voz formado só por mulheres.
Em dois anos de grupo teve que ser feito um projeto de oficinas gratuitas de percussão visando formar mulheres percussionistas, porque assim que surgiu o grupo poucas mulheres tocavam percussão.
Todos os anos essas oficinas são realizadas e no Carnaval as mulheres se apresentam no bloco. O bloco acontece na quinta-feira, entre a quarta-feira de fogo das Muriçocas do Miramar e a sexta-feira do Cafuçu. As batuqueiras se concentram no Beco Cultural Philipeia e as mulheres seguem em cortejo pelas ruas do Centro Histórico de João Pessoa.
Este ano foi o décimo ano do projeto de oficinas e a cada ano cresce o número de mulheres interessadas. No Carnaval de 2024, o grupo conseguiu um número recorde de mulheres, cerca de 350 a 400 batuqueiras, resultado de um trabalho de bastante tempo.
Mensagem do grupo As Calungas para o Dia Internacional da Mulher
“Nunca desistam dos seus sonhos. O nosso sonho não tem tempo para se realizar. A qualquer momento o sonho pode se tornar realidade. E a gente acompanha muito isso. Muitas mulheres que chegam para a gente, que sempre tiveram vontade de aprender percussão quando eram mais novas, mas por nenhum motivo não tiveram oportunidade, mas hoje encontram no grupo As Calungas essa possibilidade. Acreditem nos seus sonhos e que todas se sintam realizadas”.
Vale lembrar que há várias outras grandes artistas da Paraíba que não foram citadas na matéria.
