Instituído pela Lei 13.652/2018 no Brasil e criado em 2007 pela ONU, neste 2 de abril, celebramos o Dia Nacional e Mundial de Conscientização sobre o Autismo, uma data de grande importância para promover o conhecimento e a compreensão sobre essa condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
O que é autismo?
O autismo é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a forma como uma pessoa percebe e interage com o mundo ao seu redor. Caracterizado por diferenças na comunicação, linguagem, comportamento e interação social, o autismo é agora reconhecido como um espectro, o Transtorno de Espectro Autista(TEA), o que significa que seus sintomas podem variar amplamente em intensidade e manifestação.
Desde 2013, o autismo é classificado em três níveis, de acordo com a necessidade de suporte:
- Autismo nível 1: Pouca necessidade de suporte.
- Autismo nível 2: Necessidade de suporte moderada.
- Autismo nível 3: Muita necessidade de suporte.
A psicóloga Letícia Bailão, especialista em psicopedagogia pela UFPB e mestre em psicologia da saúde pela UEPB, destaca a importância do diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA). “O diagnóstico precoce ajuda a família a aceitar e a procurar apoio adequado a pessoa autista. Sabe-se que, o diagnóstico tardio resulta em comorbidades que podem atrapalhar o desenvolvimento integral que a pessoa com TEA precisa.”, explica.
Para auxiliar as pessoas autistas a alcançarem seu pleno potencial e melhorar sua qualidade de vida, são necessários suportes terapêuticos adequados. Isso muitas vezes envolve uma abordagem multidisciplinar, que inclui médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos.
Lei 12.764/2012
A inclusão e a acessibilidade também desempenham um papel crucial na vida das pessoas autistas. Ambientes inclusivos e acolhedores são essenciais para garantir que todos possam participar plenamente da sociedade.
A Lei 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, desempenha um papel fundamental na garantia dos direitos das pessoas autistas. Esta lei estabelece que a pessoa autista deve ser considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais, garantindo-lhes acesso a serviços e apoios necessários.
Além disso, a lei permite que estabelecimentos públicos e privados utilizem o símbolo mundial da conscientização sobre o espectro autista – a fita quebra-cabeça – para identificar a prioridade devida às pessoas autistas, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todos.
A psicóloga clínica e mãe de criança autista, Elisiane Barbosa, oferece uma perspectiva singular sobre o papel fundamental da família na vida da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para ela, a família vai além de um núcleo de apoio, tornando-se um porto seguro e a base para o desenvolvimento integral do indivíduo.
“O papel da família é imprescindível, para que o autista sinta o apoio, respeito e compressão. Para que ele se sinta amado e acolhido. Para que ele se sinta nutrido emocionalmente e fortalecido através do fio condutor do amor e afetividade que pode ser transmitido pelos membros familiares. A nutrição emocional que a base que chamamos de núcleo familiar pode oferecer é o que faz o ser humano desenvolver sua força de vida, vontade de viver e vencer os desafios.”, disse Elisiane.