O ator Lucas Veloso interpretará o poeta e político paraibano Ronaldo Cunha Lima nas telas de cinema. O curta “Habeas Pinho”, em fase de pré-produção, contará uma história marcante da década de 1960, em Campina Grande.
A filha de Ronaldo, Gal Cunha Lima, lidera o projeto com captação da Lei Rouanet. As gravações estão programadas para começar em julho deste ano.
A história
Baseado no poema homônimo de Ronaldo Cunha Lima, o filme destaca a genialidade poética e compromisso social de Ronaldo Cunha Lima. “Essa talvez seja a poesia mais conhecida dele. Um seresteiro teve seu violão confiscado em Campina Grande, e Ronaldo, recém-formado em Direito, enfrenta o desafio de redigir uma petição em forma de poesia para recuperar o instrumento de trabalho do músico A petição/poesia é justamente ‘Habeas Pinho’”, conta Gal Cunha Lima.
A produção conta com um elenco e equipe técnica predominantemente da Paraíba, como uma forma de prestigiar e destacar o talento local. “Faço a produção executiva, juntamente com Valério Lima, que esteva em grandes produções, como os recentes ‘Cangaço Novo’ e ‘Maria Bonita’, enquanto outros nomes renomados estão em processo de confirmação”, adianta.
Dirigido por Nathan Cirino e Aluízio Guimarães, ambos campinenses, o roteiro de “Habeas Pinho” foi cuidadosamente concebido com a colaboração de Glauce, que trouxe informações valiosas sobre seu pai para enriquecer a narrativa. “Foi um processo bem delicado, pois não é fácil falar de um pai, ainda mais público, mas eles conseguiram fazer um lindo roteiro”, destaca. O diretor de Fotografia é João Carlos Beltrão, um dos mais prestigiados do meio audiovisual paraibano na função.
Quem foi Ronaldo
Ronaldo Cunha Lima nasceu na cidade de Guarabira, em 18 de março de 1936, mas ainda jovem mudou-se com a família para Campina Grande. Com a morte do pai, Demóstenes, para ajudar a mãe, dona Nenzinha, no sustento da casa e para custear os estudos, vendeu jornais, foi garçom e trabalhou em cartório. Ex-vereador, ex-deputado, ex-prefeito, ex-governador e ex-senador, Ronaldo Cunha Lima sempre gostou de ser tratado por um título bem mais singelo: poeta. É assim que os próprios filhos o chamavam. Tem diversos livros publicados e sua obra transita entre o estilo clássico, preponderante, marcadamente romântico, ao popular típico do Nordeste.
Ronaldo Cunha Lima faleceu em julho de 2012, em João Pessoa, vítima de insuficiência respiratória. Ele lutava contra um câncer diagnosticado em meados de 2011.
