O secretário de Saúde de João Pessoa, o médico Luís Ferreira, informou à Justiça que não prestará depoimento na audiência de instrução, realizada nesta segunda-feira (20), referente ao processo que investiga os desvios de verbas do Hospital Padre Zé. O gestor foi arrolado como testemunha de defesa no processo em que são investigados o padre Egídio de Carvalho e duas ex-diretoras da unidade de saúde.
Conforme o documento assinado pelo José Guedes Cavalcanti Neto, Luís Ferreira afirmou ter disponibilidade para ser ouvido apenas na terça-feira (21). Em decisão sobre a mudança da data do depoimento o juiz declarou: “aguarde-se a audiência já designada para o dia 20.05.2024, ocasião em que será deliberado a respeito”.
Ao Portal Pop Notícias, a assessoria da Secretaria de Saúde informou que o médico já tinha uma audiência pública agendada no Ministério Público da Paraíba. Luís informou à Justiça a disponibilidade de outro dia ou horário para depoimento.
Inicia nesta segunda-feira (20), a audiência de instrução dos processos envolvendo o padre Egídio de Carvalho e as ex-diretoras do Hospital Padre Zé, Jannyne Dantas Miranda e Silva e Amanda Duarte da Silva Dantas. Eles são investigados por um esquema de desvio de recursos e fraudes referentes à Operação Indignos.
A audiência acontece no Fórum Criminal de João Pessoa, podendo ser presencial ou semipresencial, a depender da conveniência das partes.
Em outra ação, a audiência de instrução será realizada em 27 de maio, tratando de supostas fraudes na compra de computadores, envolvendo também Amanda Duarte e o empresário João Diógenes de Andrade Holanda.
A defesa do Padre Egídio de Carvalho tentou suspender as audiências e a busca e apreensão realizada pelo Ministério Público da Paraíba no âmbito da Operação Indignus, argumentando que Egídio necessita de repouso absoluto por 60 dias após cirurgia oncológica. O processo será relatado pelo desembargador Ricardo Vital de Almeida.
O juiz José Guedes Cavalcanti Neto, da 4ª vara criminal de João Pessoa, havia negado o adiamento da audiência, permitindo que o acusado participe virtualmente e postergando o interrogatório caso não possa ser realizado, garantindo o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Relembre o caso
A investigação no Hospital Padre Zé teve início após o suposto furto de celulares doados pela Receita Federal. A Polícia Civil e o Gaeco investigaram desvios estimados em R$ 140 milhões. O juízo inicial negou prisões, mas o desembargador Ricardo Vital de Almeida ordenou as preventivas. O MP pediu a manutenção da medida, refutando argumentos da defesa, que tentou habeas corpus em diversas instâncias, sem sucesso.