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MPF denuncia casal de donos e mais 5 por lavagem de dinheiro

Acusação do Ministério Público Federal aponta que durante colapso da empresa, Antônio Neto e Fabrícia Farias, casal proprietário, conduziram transações financeiras significativas, indicativas de lavagem de dinheiro.

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Foto: Reprodução/ Instagram.
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O Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma nova acusação contra a Braiscompany, uma empresa sob investigação por crimes envolvendo o sistema financeiro e o mercado de capitais. O casal proprietário, um doleiro e outros quatro envolvidos no esquema foram denunciados por lavagem de dinheiro.

Conforme o relatório, durante o declínio da empresa, Antônio Neto e Fabrícia Farias, os proprietários, conduziram operações financeiras substanciais, características da lavagem de dinheiro, inclusive para liquidar imóveis e ativos do casal. O MPF também alega que os donos da empresa recorreram a um doleiro para facilitar a lavagem de dinheiro. Segundo o órgão, Joel Ferreira de Souza desempenhou esse papel, realizando transações criptográficas, trocando valores em dinheiro por criptoativos e vice-versa. Além disso, consta que Joel foi o responsável por orquestrar um esquema que empregava várias empresas para movimentar fundos e contas. O doleiro conduzia as operações em benefício de diversos clientes, tanto no território nacional quanto no exterior, incluindo a empresa Braiscompany.

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De acordo com a denúncia, Antônio Neto e Joel Ferreira estabeleceram vínculos profissionais desde 2018, antes mesmo da fundação da Braiscompany. Essa relação perdurou até a fase derradeira da empresa, em fevereiro de 2023. Confira o documento completo.

O MPF rastreou pelo menos R$ 2,6 bilhões que teriam transitado através das empresas. Segundo o órgão, uma das transações entre o doleiro e a Braiscompany envolveu R$ 5 milhões provenientes da venda de uma aeronave pertencente ao casal.

Os proprietários da Braiscompany, Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Farias, foram acusados, juntamente com Victor Augusto Veronez, filho de Joel; Mizael Moreira Silva; Clélio Cabral do Ó e Gesana Rayane Silva. Estes três últimos também enfrentam acusações em outros processos criminais.

Antônio Neto Ais está sob prisão preventiva na Argentina, enquanto Fabrícia Farias permanece no mesmo país, mas em liberdade provisória. Na primeira instância, o casal foi condenado a 149 anos de prisão, juntamente com outros réus, mas eles recorreram da decisão.

Defesa dos acusados

A defesa de Gesana Silva expressou surpresa e indignação diante da denúncia, alegando que os fatos já foram abordados na primeira acusação do processo em questão, sem menção aos crimes agora imputados à ré naquela ocasião. Eles também contestam a legalidade do meio de prova utilizado, argumentando que não houve adequada proteção dos dados na cadeia de custódia.

Por sua vez, a defesa de Mizael afirmou estar confiante de que a inocência do cliente será comprovada. Eles argumentam que Mizael é “mais uma vítima do casal golpista”, referindo-se a Antônio Neto e Fabrícia Farias. Além disso, destacam que Mizael teria investido todos os seus recursos na empresa e ainda convenceu seus pais a fazerem o mesmo, o que, segundo eles, evidencia sua boa-fé.

O caso

Antonio Inácio Da Silva Neto e Fabrícia Farias, sócios da empresa de criptoativos Braiscompany, sediada na Paraíba, estão sendo investigados por suposta prática de pirâmide financeira. A Polícia Federal brasileira realizou uma coletiva de imprensa em João Pessoa nesta sexta-feira (1º) para detalhar as prisões do casal, efetuadas na última quinta-feira (29).

O processo de extradição já está em andamento e deve levar cerca de três meses para ser concluído. Antônio Neto e Fabrícia Campos já foram condenados por crimes contra o sistema financeiro, com Antônio recebendo uma pena de 88 anos e 7 meses, e Fabrícia, 61 anos e 11 meses. Além disso, outros nove réus foram condenados.

O casal estava foragido desde fevereiro de 2023, quando ocorreu a primeira fase da Operação Halving da Polícia Federal, que investigou crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. A operação visou a sede da Braiscompany e locais associados em Campina Grande, João Pessoa e São Paulo. Cerca de R$ 15,3 milhões foram bloqueados em contas vinculadas à empresa, que movimentou aproximadamente R$ 1,5 bilhão nos últimos quatro anos, conforme apurado pela Polícia Federal.

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