O Governo da Paraíba, através da Secretaria de Estado da Saúde (SES), divulgou a participação na Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, que terá início na próxima segunda-feira, dia 27, e se estenderá até 14 de junho, incluindo o “Dia D” de divulgação e mobilização em 8 de junho. O propósito é mitigar o risco de reintrodução do poliovírus no Brasil, além de intensificar os esforços para a erradicação da doença, fornecendo vacinas, reduzindo os grupos não vacinados e ampliando as coberturas vacinais e sua uniformidade. A meta é imunizar, em todo o país, no mínimo, 95% das crianças de 1 a menores de 5 anos. Na Paraíba, são 216.989 crianças a serem vacinadas. Para viabilizar a campanha deste ano, a SES já distribuiu a primeira remessa das doses aos municípios e, na quarta-feira, 22, realizou uma sessão de alinhamento técnico com os profissionais de saúde municipais envolvidos na campanha de vacinação contra a pólio.
O Secretário de Estado da Saúde da Paraíba, Dr. Jhony Bezerra, destacou o êxito da campanha de pólio mais recente em 2022, quando a Paraíba foi pioneira nacionalmente em alcançar a cobertura vacinal contra a pólio. “Não mediremos esforços, junto aos municípios, para obter o mesmo êxito na campanha deste ano de 2024. A união de forças vem sendo o diferencial nessa luta, ajudando a criar estratégias para a melhoria das coberturas com os municípios realizando busca ativa e facilitando o acesso da população”, afirmou.
O último caso de poliomielite no Brasil foi registrado em 1989, na cidade de Sousa, e em 1994 o país foi certificado como área livre de circulação do poliovírus selvagem. Contudo, em 2023, o país foi classificado como de alto risco para a reintrodução do poliovírus pela Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas (RCC). Diante desse cenário, a campanha será realizada.
Márcia Mayara, chefe do Núcleo de Imunização da SES, ressalta que os pais e responsáveis pelas crianças desempenham um papel fundamental nesse processo contínuo de erradicação da doença por meio da vacinação. “Convocamos todos os pais e responsáveis para levarem suas crianças menores de cinco anos até uma unidade de saúde mais próxima de sua casa para tomar a vacina”, enfatizou.
A doença
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças pequenas. O poliovírus pode ser transmitido de pessoa para pessoa, principalmente através do contato fecal-oral, muitas vezes se espalhando em áreas com más condições sanitárias e de higiene. Após a infecção, o vírus replica-se na garganta e no trato gastrointestinal e pode eventualmente invadir o sistema nervoso central, onde pode causar danos permanentes.
Os sintomas iniciais da poliomielite podem ser semelhantes aos de uma infecção viral comum, incluindo febre, dor de cabeça, dor de garganta, náuseas e vômitos. No entanto, em casos mais graves, o vírus pode atacar as células nervosas motoras da medula espinhal e do cérebro, resultando em fraqueza muscular e, em alguns casos, paralisia.
Nesse sentido, a estratégia de vacinação desempenha um papel fundamental na diminuição do risco de reintrodução do poliovírus no Brasil, uma vez que a doença foi erradicada no país desde 1994.
Vacinação
Continuando com os esforços destinados a promover a vacinação em todo o território nacional através do Programa Nacional de Imunizações (PNI), esta campanha empregará tanto a vacina oral contra a poliomielite (VOP) quanto a vacina inativada contra a poliomielite (VIP) para imunizar crianças com menos de 5 anos de idade. A realização desta campanha neste momento é de extrema importância, uma vez que o país está em processo de transição para substituir as duas doses de reforço da vacina oral contra a poliomielite (VOP) por uma dose de reforço com a vacina inativada contra a poliomielite (VIP).
Essa transição está prevista para o segundo semestre de 2024, quando o esquema vacinal e a dose de reforço serão exclusivamente com a VIP. Posteriormente, serão enviadas normas e diretrizes para apoiar as Unidades Federativas e seus respectivos municípios nesse processo. É fundamental o engajamento e a atuação dos gestores das três esferas do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como dos profissionais de saúde, na organização das ações para garantir o sucesso da campanha.