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Tumulto no Parque do Povo: PM e Prefeitura de Campina Grande divergem de posicionamentos

Prefeitura cobrou a empresa organizadora e posteriormente esclareceu que a cobrança era direcionada às forças de segurança pública do estado; PM reage

Imagem: Reprodução/Redes Sociais
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A noite de shows do último sábado (8) no Parque do Povo, em Campina Grande, atingiu a capacidade máxima de público permitido no local. Mesmo com lotação do espaço, as pessoas forçaram as grades de contenção e invadiram.

A Prefeitura de Campina Grande se manifestou, nesse domingo (10), afirmando ter solicitado uma reunião de emergência com o Ministério Público da Paraíba (MPPB) para discutir o ocorrido. Ainda na nota, a prefeitura cobrou esclarecimentos da empresa organizadora do evento.

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No mesmo dia, a Prefeitura de Campina Grande emitiu uma nova nota, desta vez, evidenciando que a cobrança era direcionada à segurança pública do Governo do Estado e destacando ainda o trabalho da Arte Produções, empresa responsável pelo evento.

Após a nota da prefeitura, a Polícia Militar da Paraíba se posicionou afirmando que a prefeitura não assumiu a responsabilidade do ocorrido e estava culpando as forças de segurança. Disse ainda que havia alertado de que o local não suportaria a quantidade de pessoas previstas, mas a organização do evento não seguiu as recomendações da segurança pública do estado.

Confira a primeira nota da prefeitura:

NOTA – Prefeitura de Campina Grande

Sobre o fechamento dos portões e a entrada excedente de pessoas no Parque do Povo, na noite deste sábado, 8, a Prefeitura de Campina Grande lamenta o ocorrido e informa que já solicitou, ao Ministério Público do Estado, uma reunião de emergência para discutir o procedimento de todos os atores de segurança envolvidos na festa.

O tema da segurança é delicado e foi pauta de diversas reuniões, mediadas pelo MPPB, com todos os órgãos, instituições e entidades ligadas direta ou indiretamente ao evento, semanas antes do início da edição d’O Maior São João do Mundo 2024.

A possibilidade de fechamento dos portões, nos casos em que o Parque estivesse próximo de atingir seu limite de capacidade, foi um ponto recorrente de discussões. Com base em estudos técnicos, feitos pelo Corpo de Bombeiros, foi estabelecido o limite de 73.500 pessoas, em toda a área da festa.

Planos de ação conjunta foram estabelecidos para atuação das forças de segurança, em caso de fechamento de portões. A organização da festa precisa cobrar esclarecimentos e definir ajustes nos procedimentos de todos os que têm responsabilidade com o sucesso do evento e no conforto e bem-estar do público.

Agora, confira a segunda nota da prefeitura:

Para que fique, de forma inequívoca, bastante claro: a cobrança é direcionada especialmente ao setor de segurança pública do Estado. Nesse sentido, a iniciativa da gestão municipal foi de propor uma reunião, promovida pelo Ministério Público do Estado – que tem grande responsabilidade na articulação intersetorial em prol do sucesso da festa -, para se debater, cobrar e exigir explicações sobre as providências que deveriam ter sido adotadas, principalmente pelas forças de segurança, num momento crítico na arena do Parque do Povo.

O governador João Azevedo chegou a anunciar que Campina Grande contaria com um efetivo especial de 11 mil policiais. Até o momento, essa realidade não apenas precisa ser constatada, como impõe uma outra questão mais grave: o Parque do Povo não contou como esperava com a força de segurança do Estado no momento de superlotação da arena, na noite deste sábado.

A Arte Produções é uma parceria valiosa da Prefeitura de Campina Grande. E tem uma participação determinante na elevação do patamar profissional e de organização de nosso evento mais importante, que se estende por 33 dias. Neste ano, muito especialmente, a Arte se superou na preparação de uma programação irrepreensível e na entrega de toda a infraestrutura inerente à realização do evento, inclusive cumprindo todas as responsabilidades no que tange à contratação de segurança privada.

Este é o espírito da nota. Qualquer outra interpretação, além dessa, tem a intenção clara de tentar gerar conflito entre parceiros que, harmonicamente, têm trabalhado – e conquistado – o sucesso da edição 2024 d’O Maior São João do Mundo.

Nota da Polícia Militar da Paraíba sobre o ocorrido:

O Comando da Polícia Militar da Paraíba estranha a forma como a Prefeitura de Campina Grande tenta não assumir sua responsabilidade pelo episódio que aconteceu na noite de sábado (8), no Parque do Povo, querendo jogar a culpa para os policiais militares, civis, bombeiros militares e guardas municipais. Desde o começo do planejamento da festa, os órgãos de segurança pública já tinham alertado sobre o principal problema para a realização da festa: o Parque do Povo atual já não comporta mais a grande multidão que seus organizadores querem colocar nas dependências do Parque do Povo.

Os policiais militares tiveram que se posicionar nos dez portões de entrada, a partir das 21h, para tentar impedir a entrada sem controle da multidão fervorosa que queria prestigiar as atrações da festa.

Tudo já tinha sido alertado à prefeitura e aos organizadores da festa. Inclusive fica novo alerta para o próximo sábado (16), que tem atração aguardada há anos e o cenário fica mais preocupante para a segurança pública, pois tem bloco que, contrariando as recomendações da segurança pública, resolveu encerrar o percurso na porta do Parque do Povo, deixando novamente para a Polícia Militar a solução daquilo que pode ter sido evitado com antecedência, planejamento e responsabilidade.

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