O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) optou, nesta terça-feira (11), por interromper o calendário acadêmico da instituição. De acordo com o Consepe, essa pausa nas atividades é essencial para assegurar que os estudantes não sofram impactos negativos devido à greve dos servidores e professores.
O resultado da votação que aprovou a suspensão dos votos foi de 26 votos a favor, sete votos contra e duas abstenções. Com essa suspensão, as atividades pedagógicas em todos os campi serão interrompidas. A proposta aprovada inclui a suspensão parcial do calendário acadêmico da graduação, mantendo apenas as atividades de ensino para os alunos formandos e pré-concluintes em estágio supervisionado, bem como as atividades do internato de Medicina. As atividades de extensão e pesquisa continuam, assim como o pagamento das bolsas aos alunos.
Quanto aos auxílios estudantis, o CONSEPE não tem autoridade para decidir a respeito.
Além disso, os dias letivos deixarão de ser contabilizados durante esse período de suspensão. Conforme estabelecido pela Lei 9394/96, a LDB, as instituições de Educação Básica e de Graduação devem garantir um mínimo de 200 dias letivos. Quando um calendário acadêmico é suspenso, esses dias deixa de ser contados durante o período de interrupção e só voltam a ser considerados quando a paralisação é encerrada.
Greve
A paralisação dos servidores técnico-administrativos já dura três meses, enquanto a dos professores teve início em 3 de junho. Essa medida afeta todos os campi da instituição.
A greve foi decidida após uma assembleia ocorrida no dia 29 de maio, sendo um movimento por tempo indefinido. Durante a reunião realizada no Centro de Vivências da UFPB em João Pessoa, houve 147 votos a favor da greve e 23 contrários.
Os professores estão buscando uma reestruturação na carreira e melhorias nas condições de ensino. Segundo a Associação dos Docentes da UFPB (ADUFPB), as negociações com o Governo não progrediram, o que resultou em um aumento das mobilizações.
As razões para a greve incluem o oferecimento pelo governo federal de um aumento de 9% em 2025 e 3,5% em 2026. Entretanto, a categoria docente solicita um reajuste de 22,71%, abrangendo as perdas acumuladas desde 2016, distribuídas como segue: 7,06% em 2024; 9% em janeiro de 2025; e 5,16% em maio de 2026.