A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba decidiu, nesta terça-feira (23), aumentar para 34 anos e seis meses de prisão a pena do réu Johannes Dudeck, acusado de estuprar e matar a estudante de mediciana Mariana Thomaz. Com a decisão, o acusado teve um aumento dois anos e seis meses da sua pena, que era de trinta e dois anos de reclusão.
O relator do processo, desembargador Fred Coutinho, já havia votado para aumentar na sessão realizada no último dia 9 de julho.
Houve então o pedido de vista do desembargador Ricardo Vital de Almeida, que no julgamento desta terça-feira acompanhou o voto do relator. O juiz José Ramos Ferreira Júnior também votou pelo aumento da pena.
A decisão atende pedido do Ministério Público Estadual, que recorreu da sentença da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. Houve também recurso da defesa do réu para anular a condenação. Contudo, o pedido foi rejeitado pela Câmara Criminal.
Ao votar no processo, o desembargador Ricardo Vital criticou a crueldade como o crime foi praticado. “Esse indivíduo sai desse crime mostrando-se um verdadeiro predador”, afirmou. Já o juiz Ferreira Júnior declarou: “A gravidade desse crime e da forma como foi cometido merece uma resposta mais rígida possível”.
O crime
Johannes Dudeck foi condenado em 17 de novembro de 2023 a uma pena de 32 anos de reclusão por feminicídio qualificado e estupro contra a estudante Mariana Thomaz. A sentença foi divulgada após um júri popular que durou dois dias, realizado no 1º Tribunal do Júri de João Pessoa.
Conforme os autos, o corpo de Mariana foi encontrado no dia 12 de março de 2022, após a polícia receber uma ligação de Johannes Dudeck informando que a estudante estava tendo convulsões. A investigação observou sinais de esganaduras. O réu foi preso no local e encaminhado para um presídio especial de João Pessoa. O relatório final do inquérito indicou os crimes de feminicídio e estupro, conforme informações obtidas do laudo tanatoscópico do Instituto de Polícia Científica (IPC), exame feito para comprovar a existência de violência sexual.