O Ministério da Saúde divulgou que, das 4.792.411 vacinas contra a dengue distribuídas desde fevereiro de 2023, apenas 2.341.449 foram registradas como aplicadas no Sistema Único de Saúde (SUS) até o dia 15 de setembro, representando 48,88% do total. O saldo de doses que não constam como aplicadas é de 2.448.647.
Durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, realizada em Recife, o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, apresentou os dados e apontou que 1.819.923 crianças e adolescentes, entre 10 e 14 anos, completaram as duas doses da vacina contra a dengue, enquanto 521.497 receberam apenas a primeira dose. “Há um déficit de pessoas que não fizeram a segunda dose. Parte não teve o tempo ainda. Mas a gente sabe que há pessoas que já deveriam ter recebido e não voltaram”, destacou Eder.
O Ministério da Saúde recomenda que a segunda dose da vacina, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda, seja aplicada três meses após a primeira. Gatti mencionou o déficit de pessoas que não tomaram a segunda dose, algumas por não terem completado o intervalo necessário, enquanto outras não retornaram para completar o esquema vacinal.
A vacina contra a dengue, segundo o diretor do PNI, é uma ação importante de saúde pública, mas não pode ser considerada uma solução única no combate à doença. Ele destacou os desafios relacionados à baixa disponibilidade de doses e ao alto custo da vacina. Gatti informou que todas as doses disponíveis foram adquiridas pelo ministério, mas o quantitativo foi limitado, o que exigiu a definição de prioridades.
Gatti também mencionou que as recomendações internacionais, incluindo as da Organização Mundial da Saúde (OMS), para incorporar a vacina ao sistema de saúde público brasileiro desconsideraram a realidade financeira de países em desenvolvimento. O ministério planeja expandir a vacinação contra a dengue em 2025, com a compra de 9 milhões de doses e a possível incorporação da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan.