As atenções dos paraibanos neste domingo (27) estarão voltadas para as duas principais cidades do estado: João Pessoa e Campina Grande. Os quase 900 mil eleitores pessoenses e campinenses vão às urnas para escolher os prefeitos que irão dirigir os destinos dos municípios nos próximos quatro anos (2025/2028).
Além da eleição em dois turnos, o eleitorado vivenciou em 2024 um dos pleitos mais acirrados da história política da Capital e da Rainha da Borborema. Houve de tudo um pouco; desde a judicialização de questões levadas a público pelo guia, a prisões, denúncias de compra de votos, acusações de desonestidade por parte dos candidatos e queima de material publicitário.
Em João Pessoa, o clima se tornou muito tenso desde o primeiro turno, com as prisões da primeira-dama Lauremília Lucena (PP) e da vereadora Raíssa Lacerda (PSB), além de assessoras e colaboradoras. No segundo turno, o presidente da Câmara Municipal Dinho Dowsley chegou a ser afastado do cargo e passou a usar tornozeleira eletrônica.
Em todos os casos, a Polícia Federal apontou como justificativa ao Ministério Público e à Justiça Eleitoral o aliciamento violento de eleitores. Os suspeitos foram apontados como ligados a facções criminosas com o intuito de conseguir votos.
Como todos os envolvidos nas operações da PF são ligados ao prefeito Cícero Lucena (PP), o caso virou tema nas entrevistas e debates por parte do adversário Marcelo Queiroga (PL). O assunto foi explorado à exaustão.
Guerra midiática
Em Campina, não se chegou a tanto. O acirramento gerou uma guerra midiática com acusações de adversários. E houve uma verdadeira avalanche de ações na Justiça com pedidos de direito de resposta no guia eleitoral, debates e até nas redes sociais.
Houve espaço até mesmo para situações cômicas, com bordões e apelidos que caíram no gosto popular. O prefeitável Jhony Bezerra (PSB) foi “batizado” de “Topo Gigio”, em referência ao personagem infantil que retrata um rato de orelhas grandes.
O revide jhonysta, no entanto, veio no segundo turno. O candidato Bruno Cunha Lima (UB) passou a ser chamado de “Pintinho Amarelinho”, também personagem do mundo infantil.
Ambos nunca foram a público reclamar. Mas há informações de que as “brincadeiras” não foram bem digeridas; ao ponto de serem consideradas bullying e ataques a honra.
Festa democrática
Em função do eleitorado acima de 200 mil, apenas as duas cidades terão segundo turno, mantendo acesa a tocha da democracia até este domingo. Os outros 221 municípios da Paraíba escolheram seus prefeitos no primeiro turno (6 de outubro).
Em JP são 566.290 eleitores aptos ao voto neste domingo. Em CG, segundo maior colégio eleitoral, são 298.888.
No primeiro turno das eleições, em João Pessoa, Cícero Lucena teve 49,16% dos votos (205.122); Marcelo Queiroga obteve 21,77% (90.840). Em Campina, Bruno Cunha Lima saiu das urnas com 48,22% dos votos (110.807), enquanto seu aniversário Dr. Jhony somou 34,58% (79.471).
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral – TSE, a votação acontece em todo o país (são 51 cidades com segundo turno) das 8h00 às 17h00. Aqui na Paraíba, a expectativa do Tribunal Regional Eleitoral – TRE é divulgar o resultado nas duas cidades até às 19h00.
Por Bastos Farias