A Black Friday, que neste ano promete movimentar cerca de R$ 9,3 bilhões no Brasil, conforme dados divulgados pela Infomoney, é uma das principais datas comerciais do país, atraindo a atenção de diversos consumidores. Em meio a esse cenário de crescimento, aumentam também os riscos de fraudes e golpes. Para orientar os consumidores sobre como se proteger durante as compras, entrevistamos com exclusividade o secretário executivo do Procon João Pessoa (Procon-JP), José Sobrinho, que compartilhou informações sobre as armadilhas mais comuns e as melhores práticas de segurança.
O que é a Black Friday?
A Black Friday é um evento de compras que ocorre anualmente na última sexta-feira de novembro, logo após o Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Originalmente uma tradição americana, a data foi introduzida no Brasil em 2010 e rapidamente se tornou uma das principais datas comerciais do país. Segundo pesquisa da Wake, em parceria com a Opinion Box, 66% dos brasileiros planejam participar do evento, com os canais de e-commerce sendo preferidos por 58,2% dos consumidores. Os produtos mais procurados incluem eletrônicos (26,2%), eletrodomésticos (23,4%) e moda (20,4%).
Com o aumento da participação dos consumidores, também cresce o risco de fraudes. José destaca que as fraudes mais comuns incluem “a prática de aumentar o preço do produto às vésperas da data ou da semana do Black Friday para dar uma falsa sensação de vantagem no desconto.” Além disso, ele alerta para os golpes que envolvem pagamentos via PIX, que podem incluir “pagamento em contas falsas, valores diferentes do negociado, etc.”
Estratégias de segurança na compra
Para proteger-se contra fraudes, é essencial que os consumidores adotem medidas de segurança. A primeira orientação de José é verificar a reputação da loja antes de realizar uma compra. Ele afirma: “A primeira coisa a se observar é a reputação da loja, através das avaliações de outros consumidores e pesquisa por histórico de reclamações.”
Ao realizar compras online, é fundamental estar atento à correção do endereço eletrônico e garantir que a página de pagamento exiba o símbolo de segurança, como o cadeado. José recomenda ainda que os consumidores “desconfiem de ofertas que sejam boas demais para serem verdade”, pois são nessas situações que ocorrem as maiores incidências de golpes.
Além disso, a pesquisa de preços é um hábito que deve ser mantido o ano todo, mas adquire uma importância ainda maior durante a Black Friday. Segundo José, “quando chega no período da Black Friday, o consumidor que já acompanha os preços do produto que almeja comprar terá mais condições de identificar qual oferta está com desconto real.”
O que fazer em caso de golpe
Se um consumidor se tornar vítima de um golpe, o secretário orienta que, se a compra foi realizada com cartão de crédito, é necessário “entrar imediatamente em contato com o banco, solicitar o cancelamento da transação e, dependendo do caso, o cancelamento do cartão.” É essencial documentar todas as informações relacionadas à transação, incluindo “anotar todos os protocolos, juntar tudo o que tiver de comprovação do que aconteceu, como prints de ofertas, conversas, recibos e comprovantes.”
José ressalta a importância de registrar um boletim de ocorrência na delegacia e de procurar o Procon, que pode intervir na situação. Ele explica: “Pode ajudar a mediar o conflito entre o consumidor e o fornecedor, tentando resolver a questão amigavelmente. Caso haja alguma lesão ao direito, o Procon pode abrir um procedimento administrativo que pode incluir sanções, inclusive multa.”
Segurança digital e contato com o Procon
Além das orientações sobre compras, José também faz um alerta sobre segurança digital. Ele recomenda que os consumidores “criem boas senhas que sejam realmente difíceis” e que “desconfiem de e-mails e mensagens suspeitas ou que chegam de remetentes que você não consegue identificar.” Além disso, é importante evitar clicar em links desconhecidos.
Para finalizar, José convida os consumidores a buscar apoio do Procon em caso de dúvidas ou problemas. “Basta nos procurar. A sede do Procon-JP fica na Avenida Pedro I, nº 473, Tambiá e funciona todos os dias, das 08h às 17h. O telefone é o 3213-4702, o WhatsApp é 98665-0179, e temos também totens de atendimento instalados nos Shoppings Mangabeira, Manaíra e Parahyba Mall.”
As orientações são claras: a informação e a cautela são fundamentais para garantir uma experiência de compra segura e evitar prejuízos financeiros.