Os embates políticos proporcionados pelas eleições municipais 2024 em Campina Grande têm um novo round, com a geração de um terceiro turno bem longe das urnas: a judicialização do pleito. Existem duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs) contra o prefeito reeleito Bruno Cunha Lima (União Brasil) tramitando na 16ª Zona Eleitoral, que tem à frente o juiz Cláudio Pinto Lopes.
As ações foram impetradas ainda durante a campanha. Em uma delas, a coligação liderada pelo ex-candidato Jhony Bezerra (PSB), acusa o prefeito e mais quatro secretários de abuso do poder político e econômico.
A oposição alega que “a Prefeitura Municipal de Campina Grande realizou contratações abusivas de servidores públicos de janeiro a junho por meio de contratos de prestação de serviço por excepcional interesse público”. É denunciado, também, um inchaço na folha de pagamento, com a concessão de gratificações a muitos funcionários.
A outra AIJE diz respeito à criação durante a campanha de uma milícia digital, além de um site na Internet, para disseminar propaganda difamatória contra o candidato do PSB.
Com as ações, os advogados de Jhony, que alegam que houve interferência direta no resultado do pleito, esperam que Bruno não seja diplomado. Caso a Justiça julgue favorável após a diplomação, apostam que o registro do prefeito eleito seja cassado e ele não seja empossado, provocando uma nova eleição em Campina Grande sem a participação de Bruno como candidato.
O prefeito Bruno Cunha Lima (UB) não se pronunciou oficialmente sobre as AIJEs, mas interlocutores garantem que o chefe do Executivo encontra-se tranquilo, sob a alegação de que não praticou nenhum ato ilegal na campanha.
Com o terceiro turno posto, as apostas apontam para um longo prazo para o resultado final, levando em consideração o caminho que se tem pela frente até às instâncias superiores: TRE – Tribunal Regional Eleitoral e TSE – Tribunal Superior Eleitoral.