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Justiça condena fazendeiro a pagar mais de R$ 24 mil por desmatamento ilegal da Caatinga na Paraíba

Ação reanalisa uma sentença proferida pelo Juízo da 5ª Vara Mista da Comarca de Sousa

Imagem ilustrativa. | Foto: Reprodução/Ibama
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O Tribunal de Justiça da Paraíba condenou o agropecuarista (fazendeiro) Fernando Henrique da Costa Vicente a pagar o valor de R$ 24.240,00, a título de indenização por dano moral coletivo ambiental, devido ao desmatamento ilegal do Bioma da Caatinga no estado. A decisão foi da desembargadora Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti Maranhão em uma ação movida pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema).

De acordo com os autos, o processo reestuda uma sentença proferida pelo Juízo da 5ª Vara Mista da Comarca de Sousa, que julgou parcialmente procedente Ação Civil Pública movida contra Fernando Henrique, na esfera do primeiro grau de jurisdição. Nessa esfera, ele foi condenando à obrigação de recuperar uma área de vegetação nativa da Caatinga de 16,87 hectares e 87 ares, localizada na Fazenda Riacho Seco, no município de São Francisco, de propriedade do acusado. Essa área foi desmatada sem autorização legal no ano de 2013, conforme auto de infração lavrado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).

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Em seu voto, a desembargadora diz que é fato incontroverso nos autos, a respeito do qual não se insurgiu a parte demandada, que o ora recorrido, efetivamente realizou o desmatamento a corte raso, sem autorização legal, de vegetação nativa da Caatinga, como demonstra o auto de infração lavrado pelo Ibama. “Desse modo, a matéria controvertida no presente recurso de apelação limita-se à verificação da existência de dano moral coletivo, decorrente de dano ambiental, consistente no desmatamento da referida área, localizada no bioma da Caatinga”, explicou a julgadora.

Com base em jurisprudências de tribunais superiores, a desembargadora, ao dar provimento parcial, disse que a parte adversa deve ser condenada pela prática de dano moral coletivo, de natureza ambiental, devendo pagar indenização no valor equivalente a 20 salários-mínimos, ao tempo da propositura da ação, conforme pedido declinado na vestibular, correspondente a R$ 24.240,00.

Maria de Fátima afirma que “a jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconhece que danos ambientais em biomas sensíveis, como a Caatinga geram, por si só, dano moral coletivo in re ipsa (algo presumido), prescindindo de prova concreta de abalo moral à coletividade, sendo a indenização medida necessária para a reparação integral”.

A magistrada continua: “Em casos de desmatamento ilegal de áreas nativas em biomas como a Caatinga, presume-se o dano moral coletivo, passível de indenização, conforme orienta o princípio da reparação integral. Na ação civil pública, em razão da simetria na aplicação do artigo 18 da Lei n. 7.437/1985, ausente má-fé, veda-se a condenação do promovido em honorários de sucumbência”, pontuou a desembargadora Maria de Fátima.

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