A Galeria de Arte da Usina Energisa, em João Pessoa, será palco da exposição Os Encantados, que mergulha na vida de descendentes de comunidades quilombolas e na espiritualidade da Jurema Sagrada, uma manifestação religiosa afro-brasileira e indígena. Com visitação gratuita, a mostra está aberta até o dia 20 deste mês, sempre a partir das 9h.
O projeto é resultado da parceria entre Osvaldo Falcão, doutorando em Antropologia Social na Finlândia, e Romane Iskaria, fotógrafa e artista visual francesa.
A mostra reúne fotografias, colagens e objetos históricos do Museu Quilombola do Ipiranga, fruto de uma pesquisa histórica e antropológica na região de Conde, no Litoral Sul paraibano. A narrativa visual tem o intuito de fazer o público refletir sobre a resistência cultural e a ancestralidade dessas comunidades, abordando os desafios históricos relacionados à preservação de suas terras e práticas culturais.
“A exposição explora a vida de descendentes de comunidades quilombolas. A proposta é refletir sobre a coesão cultural dessas comunidades, abordando a ancestralidade, a memória da escravidão e os desafios históricos relacionados à preservação de suas terras e culturas”, destaca Osvaldo.
A fotógrafa francesa Romane Iskaria imprime uma abordagem sensível à exposição, com imagens que dialogam entre o físico e o espiritual. Suas obras, compostas por fotografias, colagens e vídeos, justificam a essência das práticas culturais e espirituais desses territórios.
“O meu contato com as comunidades quilombolas e com a Jurema é profundamente enriquecedor, porque eu valorizo muito o vínculo com as comunidades, buscando estabelecer confiança e colaboração. Por isso, retorno anualmente aos mesmos territórios, criando laços fortes e produzindo imagens em conjunto com as pessoas locais”, explica a artista francesa.
Além das produções visuais, a exposição contará com uma colagem de dois metros de altura por oito metros de comprimento, representando a conexão entre os quilombos e a Jurema Sagrada. Objetos históricos selecionados também compõem a mostra, ampliando a imersão do público na cultura ancestral paraibana.
O projeto tem a curadoria de Serge Huot, diretor da Residência Arapuca Arte e Cultura, contando também com o apoio do Instituto Energisa e da Secretaria de Cultura da Paraíba.