O motorista Antônio Pereira do Nascimento, que recebeu R$ 131,8 milhões por engano em sua conta bancária, terá uma audiência de conciliação com o banco.
Ele pede R$ 13 milhões como recompensa e R$ 150 mil de indenização por danos morais, alegando abalo emocional e cobranças indevidas.
O dinheiro foi depositado na conta de Antônio por um erro do Bradesco em junho de 2023. Naquela época, Antônio não tinha renda fixa e trabalhava como motorista para turistas. Antes do erro, ele tinha R$ 227 na conta.
A defesa dele entrou na Justiça baseada no artigo 1.234 do Código Civil, que prevê recompensa a quem devolve valores recebidos por engano. Ele pede 10% dos R$ 131,8 milhões.
O Bradesco foi questionado sobre o processo e informou que não comenta caso sub judice.
Antônio também afirma ter tido prejuízo após a transferência. Segundo ele, sua conta foi alterada para uma categoria superior sem aviso prévio, resultando em uma cobrança indevida de R$ 70. Antes, ele pagava uma taxa de R$ 36.
“A gente, que é honesto no Brasil, paga para ser honesto. Gastei combustível, andei no meu carro, saí de minha casa, perdi meu dia de serviço. Eu vi que tinham descontado R$ 70 da minha conta, porque me colocaram no ‘VIP’. Aí, eu disse para eles: ‘Que VIP? Eu não quero VIP’. O dinheiro não era meu, eu não vim devolver para vocês? Vocês me botaram na tarifa mais cara”, disse ele.
A ação foi aberta 6ª Vara Cível de Palmas em julho de 2024, pouco mais de um ano depois da transferência errada. O documento cita que o gerente da agência fez ‘pressão psicológica’ para que ele devolvesse o dinheiro e insinuou que “pessoas” estariam na porta da casa do motorista para aguardar a devolução do valor.
A defesa de Antônio também citou que ele sofreu com o assédio da imprensa e que toda essa situação gerou ‘abalos emocionais e constrangimentos’. Nesse sentido a defesa pediu R$ 150 mil de indenização por danos morais.
Fonte: G1 Tocantins