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Bica tem novo morador: filhote de macaco-galego, espécie ameaçada de extinção

Filhote que chegou na Bica está em fase de aleitamento e passa por avaliações clínicas, alimentação controlada e acompanhamento comportamental.

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Filhote vem recebendo cuidados de especialistas (Foto: Secom-JP)
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O Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, que funciona em João Pessoa, está com um novo morador: um filhote de macaco-galego (Sapajus flavius), espécie criticamente ameaçada de extinção. O animal foi encaminhado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e está sob os cuidados do setor de neonatologia do parque.

Com cerca de dois meses e meio de vida, o filhote está em fase de aleitamento e passa por avaliações clínicas, alimentação controlada e acompanhamento comportamental, essenciais para seu desenvolvimento.

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Segundo a bióloga Andrea Cavalcanti, responsável pelo setor, o leite ainda é o principal alimento. “Ele brinca mais do que realmente come, então, não podemos garantir sua nutrição por meio da alimentação sólida”, afirmou.

A equipe da Bica realiza um controle rigoroso da dieta, com base no peso do animal — entre 500 e 600 gramas — garantindo a ingestão de cerca de 20% desse peso em leite diariamente. Apesar disso, o filhote ainda não apresenta o ganho de peso esperado e a equipe avalia a introdução de um novo tipo de leite já utilizado com sucesso em outro animal da mesma espécie.

Já foram iniciadas a oferta de alimentos sólidos, como frutas e tubérculos, mas o processo é lento, já que o filhote ainda está se adaptando aos novos sabores e não tem a mãe para guiá-lo. O objetivo é que ele possa, futuramente, ser reintroduzido à natureza. No entanto, há possibilidade de que permaneça no parque, sendo integrado gradualmente ao grupo de macacos-galegos já existente, com monitoramento técnico constante.

O filhote já passou por exames clínicos e radiográficos e sua saúde geral está estável. Está ativo, com pulmões saudáveis e segue em fase de adaptação alimentar compatível com a idade.

“A introdução alimentar começa por volta dos quatro meses. Então, é um processo mais lento e cuidadoso. Eles são extremamente agitados, podem viver até 50 anos em cativeiro e, por serem silvestres, podem apresentar comportamentos agressivos”, contou a bióloga.

Durante décadas, o macaco-galego foi considerado extinto na natureza, até ser redescoberto na Paraíba, em 2006. Desde então, ações de resgate, reabilitação e reprodução em cativeiro têm sido fundamentais para a preservação da espécie.

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