Search
Close this search box.

Publicidade

Condenado por matar ex-companheira ameaça irmã dela durante julgamento

Julgamento foi realizado no Recife. Criminoso foi condenado a 29 anos e 8 meses de prisão em regime fechado por feminicídio.

Condenado, Criminoso, Vítima, Pernambuco
Vítima foi morta em 2022 (Foto: reprodução)
Compartilhe:

A Justiça condenou, nesta sexta-feira (25), Jorge Bezerra da Silva, acusado de matar a facadas a ex-companheira, Priscilla Monnick Laurindo da Silva, em janeiro de 2022, no Recife. Durante a sessão de júri popular, ele foi retirado do tribunal após ameaçar o promotor do caso e a irmã da vítima.

O julgamento foi realizado no Fórum Thomaz de Aquino, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife. O criminoso foi condenado a 29 anos e 8 meses de prisão em regime fechado por feminicídio.

Continua Depois da Publicidade

O crime aconteceu em janeiro de 2022, na casa onde o casal morava, no bairro do Zumbi, Zona Oeste do Recife. De acordo com a denúncia, Jorge esfaqueou a vítima no pescoço e a asfixiou por não querer aceitar o fim do relacionamento.

Segundo documento da decisão que arbitrou a sentença, o juiz Abner Apolinário da Silva, que presidiu o júri, relatou o momento em que o réu gritou com os parentes da vítima que acompanhavam a sessão. O g1 tenta contato com a defesa de Jorge Bezerra da Silva.

“Registro que, em plenário, com explícito destemor e escárnio, aos gritos, o réu declarou que vai matar a irmã da vítima, Vitória da Silva Souza, testemunha do rol do Ministério Público. Tal conduta ensejou a este magistrado retirá-lo do plenário, mantendo-o preso nos átrios do fórum”, escreveu o magistrado.

Em entrevista ao g1, o juiz disse que o comportamento de Jorge Bezerra ao longo da sessão foi “uma situação de absoluta arrogância”.

“Ele ameaçou o promotor, mandou o promotor ir ao presídio falar com ele. Ele é de uma arrogância fora do comum. Com quase 30 anos como magistrado, eu nunca vi alguém com a petulância dessa para ser julgado. Retirei do plenário porque ele ameaçou a família, é inadmissível. Tinha que sair”, afirmou.

O juiz ainda revelou que Jorge já respondia a outro processo por tentativa de feminicídio contra a mesma vítima.

“A aplicação da pena é exatamente [apropriada] ao que ele fez, o comportamento dele, a forma como ele tinha se portado. E ele tinha outro processo. Isso elevou a pena”, explicou.

Em sua decisão, o juiz Abner Apolinário apontou ainda a natureza social do feminicídio, em que mulheres são reduzidas a um papel sub-humano.

“Entende este magistrado que quem ama não mata. Quem ama cuida, protege e é provedor do lar. Que o varonilismo, sinônimo de machismo, é sentimento sórdido que os irracionais não têm. Entende, ainda, que o feminicídio é ‘cultura’ que dilacera direitos, reduz a mulher a um nada humano, coisificando-a como troféu abominável do machismo”, apontou o magistrado.

Fonte: G1 Pernambuco

Compartilhe: