Após confirmar tarifa de 50% sobre alguns produtos brasileiros e aplicar a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), o governo dos Estados Unidos deve dar uma trégua a sanções ao Brasil, ao menos nesta semana. A informação foi repassada por interlocutores da Casa Branca a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A CNN apurou que a expectativa é a de que não sejam aplicadas novas sanções nos próximos dias e que, agora, o momento é de diálogo institucional interno no Brasil no campo político e negociações comerciais entre as administrações dos presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Depois desta pausa, porém, novas medidas contra autoridades brasileiras não estão descartadas.
Na esfera política, há dois focos principais dos bolsonaristas. A primeira é a tentativa de diálogo com ministros do STF, especialmente com o decano da Corte, Gilmar Mendes.
A segunda está voltada à negociação com o Congresso Nacional para, mais uma vez, tentar pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o projeto de anistia e cobrar do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para que dê andamento a algum pedido de impeachment contra Moraes.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) disse à CNN que a cúpula do Parlamento “não pode ignorar a força das ruas”, referindo-se às manifestações do último domingo (3), em que as pautas principais tiveram como alvo o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes.
Por outro lado, a CNN apurou que os presidentes das duas Casas legislativas não devem ceder a essas ofensivas, especialmente em relação a um processo contra um integrante do STF.
No segmento comercial, a expectativa de interlocutores do governo é a de que haja novos contatos ainda nesta semana entre técnicos dos governos Lula e Trump, para tentar negociar a retirada de mais setores nacionais do tarifaço americano.
Por enquanto, ainda não há previsão de conversa telefônica entre os presidentes dos dois países.