O desembarque do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), em Brasília, para uma articulação em favor do avanço de um projeto de lei sobre anistia no Congresso Nacional, gerou desconfiança entre aliados do partido.
A agenda de Tarcísio na capital federal não foi comunicada previamente à cúpula do Republicanos, de acordo com dirigentes da sigla. A chegada do governador, em Brasília, foi interpretada como um passo inesperado por colegas de partido.
Sob reserva, integrantes da cúpula do partido avaliaram que a viagem como “arriscada” e “precipitada”, com risco de ser mal interpretada pelo eleitorado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A investida não garante apoio do voto bolsonarista a Tarcísio e pode, segundo parlamentares de direita, ser vista como oportunista.
Até agora, o governador vinha mantendo a defesa pela anistia apenas no discurso, com publicações em redes sociais e articulação por telefonemas. Nos últimos dias, Tarcísio afirmou que, caso seja eleito presidente da República, concederá indulto presidencial a Bolsonaro.
Encontro com Hugo Motta
Tarcísio se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta quarta-feira (3). No encontro, o gestor avisou ao deputado que trabalhará para garantir os votos da bancada do Republicanos ao projeto da anistia.
Nesta quinta-feira (4), Motta disse que o governador de São Paulo “tem interesse” em aprovar um projeto de lei que trata sobre a anistia, mas que ainda não existe uma definição sobre o tema.
“O governador é um querido amigo, é do nosso partido. A gente tem dialogado sempre. O governador tem um interesse que se paute a anistia. Isso é público. Nós estamos ouvindo a todos. Estamos ouvindo os líderes que têm interesse e também aqueles que não têm”, afirmou o presidente da Câmara.