O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cancelou a viagem que faria nesta segunda-feira (15) a Brasília a fim de articular a aprovação a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos réus condenados pela trama golpista.
A viagem estava prevista para as 16h30, mas o Palácio dos Bandeirantes anunciou no fim da manhã a mudança de planos, sem dizer o motivo do cancelamento.
O cancelamento vem um dia depois que o Datafolha publicou, neste domingo (14), pesquisa que apontou que 54% dos brasileiros são contra anistia a Bolsonaro, e 39% são a favor.
Apesar da ausência de Tarcísio, líderes da oposição devem se reunir nesta semana para traçar estratégias e fazer a proposta avançar em meio a resistências por parte da cúpula do Congresso e do governo.
Valdemar Costa Neto se encontrou noe sábado com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que teria sinalizado que vai apoiar a pauta. Em entrevista ao Estúdio I, da GloboNews, em agosto, Kassab, que também é secretário na gestão Tarcísio, defendeu discutir a anistia, mas que não convinha uma “ampla, geral e irrestrita”, como defende parte da oposição — inclusive o presidente do PL.
Também é esperada para os próximos dias uma reunião entre Valdemar e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira.
Na última semana, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou que aguardava a ida de Tarcísio a Brasília para destravar a anistia e negociar a votação da proposta.
Bolsonaro foi condenado na última quinta-feira (11) a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por cinco crimes: organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio. Outros sete acusados também foram condenados pelo tribunal.
No ato de 7 de setembro na avenida Paulista, elevou o tom contra o STF, chamando o ministro Alexandre de Moraes de tirano, defendeu uma anistia ampla aos condenados pela trama golpista e que seria “fundamental” ter Bolsonaro na disputa de 2026.
Fonte: G1 Política