O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) entrou em campo para viabilizar a votação de um projeto sobre anistia após a votação do texto-base da PEC da Blindagem.
Nikolas foi um dos responsáveis por garantir o apoio do PL (Partido Liberal) ao texto que dificulta a prisão e a abertura de processos criminais contra deputados e senadores para, em contrapartida, destravar a urgência da anistia.
Na terça-feira (16), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou aos líderes que votaria o projeto de anistia, sem cravar uma data nem indicar o texto. A oposição espera que Hugo paute a urgência, apesar de admitir risco de rejeição.
Antes da votação do texto, Hugo teria sinalizado à esquerda que atuaria entre os partidos de centro para derrotar a urgência e substituir a votação do projeto de anistia pela revisão da dosimetria das penas aos condenados pelos atos criminosos de 8 de janeiro de 2023
A articulação de Nikolas é para garantir que o Centrão votará com a oposição. O deputado telefonou aos presidentes Antônio Rueda (União), Ciro Nogueira (PP), Valdemar Costa Neto (PL) e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para pedir atuação dos dirigentes junto às bancadas.
PT e PL veem cenário imprevisível
Entre deputados de oposição, a aprovação da urgência da anistia é vista com dificuldade. Parlamentares dizem que apenas um “milagre” faria o projeto da oposição, que estende o perdão da pena ao ex-presidente Jair Bolsonaro, avançar, e admitem risco de restringir a anistia apenas aos condenados pelos atos de 9 de janeiro.
Na terça-feira (16), o Partido Lieberal contabilizava 240 dos 257 votos necessários para aprovação da urgência de um projeto de anistia. Entre os petistas, os cálculos do governo indicam margem de dez votos para derrotar a urgência.
A esquerda enxerga com imprevisibilidade o resultado de uma eventual votação da proposta em plenário e credita o risco à resistência do PT em apoiar à PEC da Blindagem, além da derrubada de um trecho da proposta que garantia votação secreta sobre a decisão de autorizar ou não processos criminais contra parlamentares.