Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) veem o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como um nome que pode trazer a “moderação necessária” em torno do debate sobre a anistia no Congresso Nacional.
Escolhido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), Paulinho tem boa interlocução com magistrados da Corte, como Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre atos antidemocráticos.
Fontes do STF consideraram positiva a declaração do parlamentar de que sua ideia é um texto “meio-termo”. A fala foi interpretada como um sinal de que ele não vai embarcar na ideia de um perdão total, defendida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Outro ponto positivo observado por interlocutores dos ministros foi o “rebatismo” da proposta – em um jantar com o ex-presidente Michel Temer, Paulinho afirmou que apresentará um “PL da Dosimetria”, e não um “PL da Anistia”.
Apesar de celebrar a abertura do relator ao diálogo, integrantes da Corte ponderam que a diminuição das penas para crimes contra a democracia significa um retrocesso que não pode ser ignorado.
A leitura é de que o STF não vai dar qualquer tipo de “aval prévio” ao Congresso. Nas interlocuções com parlamentares, os ministros têm evitado dar garantias de que a proposta passe pelo crivo do tribunal em caso de judicialização.