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Mais de 90% dos pediatras das UPAs de João Pessoa relatam insegurança frequente no trabalho

Levantamento foi divulgado nesta sexta-feira (3) pelo Sindicato dos Médicos da Paraíba (SIMED-PB).

Foto: Secom-JP
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Mais de 90% dos pediatras que trabalham nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de João Pessoa relatam sentir insegurança frequente durante o trabalho. O levantamento foi divulgado nesta sexta-feira (3) pelo Sindicato dos Médicos da Paraíba (SIMED-PB).

Além disso, o levantamento revela que três em cada quatro profissionais relatam sentir-se inseguros frequentemente em seus plantões. Os dados foram discutidos durante 6ª Conferência Internacional de Sindicatos Médicos.

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O presidente do SIMED-PB, Tarcísio Campos, apresentou um diagnóstico preocupante sobre as condições de trabalho de pediatras nas quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital.

Um relatório técnico elaborado pelo sindicato em 11 de setembro revelou que a UPA de Cruz das Armas vive um quadro crítico após a redução unilateral do número de médicos. O documento apontou sobrecarga profissional, riscos à qualidade assistencial e insegurança entre os profissionais da pediatria.

Durante a fala, Tarcísio Campos destacou que o problema ultrapassa os limites da estrutura física e atinge diretamente a segurança dos médicos no exercício da profissão.

“É um desafio urgente no Brasil, e o SIMED junto com a Federação Médica Brasileira têm a premissa de defender os médicos nas situações em que estão expostos a agressões físicas. Temos a necessidade de estar ao lado da categoria para torná-la mais forte diante desse desafio. Fizemos uma pesquisa agora no mês passado, aqui nas quatro unidades de pronto atendimento da nossa região”, afirmou o presidente.

A pesquisa citada pelo dirigente mostra que mais de 90% dos pediatras das UPAs relataram sentir-se inseguros com frequência em situações de trabalho. Apenas 2,5% disseram nunca ter se sentido inseguros.

Foi identificado um impacto significativo na saúde mental, sobretudo entre médicas jovens, muitas em sua primeira experiência na emergência pediátrica. Relatos de ansiedade, estresse elevado e sensação de abandono institucional foram recorrentes.

Além disso, a pesquisa mostrou que a redução do quadro compromete diretamente a assistência às crianças:

  • Um único pediatra por plantão aumenta o risco de erros diagnósticos e atrasa o atendimento.
  • A ausência de uma segunda opinião médica coloca em risco a segurança terapêutica.
  • A população infantil de João Pessoa fica exposta a um atendimento de qualidade inferior.

O levantamento reforça a preocupação da categoria com a necessidade de investimentos, valorização e segurança para os profissionais que atuam na rede de urgência e emergência. Segundo Dr. Tarcísio, as condições atuais de trabalho representam ameaça tanto à saúde dos médicos quanto ao cuidado da população.

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