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Zanin vota para manter suspensão de sistema de controle de bebidas

Ministro do STF argumentou que reativação do Sicobe ocasionaria em uma renúncia de receita próxima a R$1,8 bilhão por ano e poderia ferir Lei de Responsabilidade Fiscal.

Cristiano Zanin
Cristiano Zanin (Foto: Rosinei Coutinho/STF)
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O ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou para derrubar as decisões do TCU (Tribunal de Contas da União) e manter suspenso o Sicobe (Sistema de Controle de Produção de Bebidas), extinto em 2016 pela Receita Federal.

O ministro citou levantamento entregue pelo governo federal, argumentando que o restabelecimento do sistema ocasionaria em uma renúncia de receita próxima a R$1,8 bilhão por ano e implicaria concessão de incentivo tributário sem previsão no orçamento de 2025, o que poderia ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal.

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Ainda de acordo com Zanin, a Receita Federal agiu dentro de sua competência ao suspender o Sicobe em 2016 e o TCU não tinha autoridade para anular essa decisão.

O caso está sendo analisado pelo plenário virtual, modelo em que não há discussão entre os magistrados. Até então, apenas Zanin, que é relator, votou. Os ministros têm até a próxima sexta-feira (24) para registrar os votos.

Entenda

Criado para monitorar a produção de cervejas, refrigerantes e outras bebidas, o Sicobe tinha como objetivo coibir fraudes e garantir o pagamento de tributos no setor. O sistema foi suspenso pela Receita em 2016, sob a justificativa de apresentar falhas, alto custo e baixa eficiência no controle tributário.

Anos mais tarde, o TCU (Tribunal de Contas da União) avaliou que a atuação da Receita era ilegal, pois contrariava a lei que determinava o uso do sistema. O tribunal emitiu, então, uma série de decisões obrigando a Receita a reativar o Sicobe.

A AGU (Advocacia-Geral da União), no entanto, reagiu e recorreu ao STF para anular as decisões do TCU. A União argumenta que a Receita tem competência legal para criar, alterar ou dispensar obrigações acessórias ligadas à arrecadação e menciona o custo elevado da reativação do sistema.

O processo foi pautado em meio à crise do metanol. Embora o foco principal do sistema seja o controle fiscal, a capacidade do Sicobe de ajudar na fiscalização da produção e evitar adulterações de bebidas pode influenciar os votos dos ministros.

O sistema monitorava em tempo real a produção de bebidas alcoólicas e não alcoólicas, com o objetivo de combater a sonegação fiscal e dificultar a circulação de produtos irregulares.

Se restabelecido, o Sicobe poderia reforçar a rastreabilidade e o controle sobre a produção formal, reduzindo brechas para a entrada de bebidas falsificadas.

Fonte: CNN Brasil

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