Uma mulher norte-americana, de 57 anos, denunciou ter sido estuprada por um funcionário do hotel Blue Tree, na região da avenida Paulista, em São Paulo, no dia 27 de setembro de 2024. O crime teria ocorrido durante uma viagem de trabalho da mulher.
Em abril deste ano, o homem foi denunciado pelo MPSP (Ministério Público de São Paulo) e tem audiência de instrução e julgamento marcada para janeiro de 2026.
De acordo com a advogada da vítima, Maria Tereza Novaes, do Grassi Novaes Advocacia, a mulher veio para o Brasil e se hospedou no hotel localizado na Rua Peixoto Gomide. No último dia de viagem, ela entrou em contato com o serviço de quarto para pedir o jantar.
Por conta de dificuldades de comunicação, devido às diferentes línguas faladas entre ela e o atendente, a mulher foi até a recepção e pediu o jantar e uma garrafa de vinho.
O funcionário do hotel teria se oferecido para acompanhá-la até o quarto, “para ajudá-la a abrir e servir”. Ela aceitou por acreditar que esse era um procedimento comum.
Ainda segundo a defesa, ao subirem para o quarto, a norte-americana teria sido agarrada e beijada à força. Apesar de dizer “não” várias vezes e tentar se desvencilhar, o homem não parou. Ela relatou que ele a empurrou para a cama, levantou sua saia e cometeu o crime. Em seguida, o homem fugiu.
Após ser violada, a vítima entrou em contato com colegas de trabalho para pedir ajuda. Segundo ela, foi pedido auxílio a outros funcionários do hotel que estavam na recepção, mas eles teriam se negado a ajudar e a ligar para polícia.
A defesa afirma também que durante as investigações foram colhidos laudos periciais que confirmaram lesões compatíveis com violência física e sexual, além da presença de sêmen nas regiões vaginais e anais da vítima. Também foram constatadas lesões corporais nas regiões das pernas e braços da mulher.
Além disso, a vítima teria ficado internada cerca de 26 dias em uma clínica psiquiátrica, onde passou a tomar medicamentos para ansiedade e depressão.
“Até hoje, continuo sob os cuidados de um terapeuta e de um médico, ambos monitorando minha saúde mental e física geral”.
O que diz o hotel Blue Tree
Os escritórios Vicente Monteiro Advogados e Fabra Siqueira, Carceles & Boechat Advogados, representantes do hotel Blue Tree, afirmaram que a rede de hotéis “não compactua com qualquer conduta imprópria em seus empreendimentos”. Veja nota na íntegra:
“Os escritórios Vicente Monteiro Advogados e Fabra Siqueira, Carceles & Boechat Advogados, representantes da empresa, esclarecem que o processo mencionado tramita sob segredo de justiça.
Assim que foi comunicada do ocorrido pela hóspede, a equipe do empreendimento seguiu rigorosamente o Protocolo “Não Se Cale”, instituído pela Câmara Municipal de São Paulo (Lei nº 17.951/2023), garantindo sua segurança, acolhimento e acompanhamento por representante do hotel durante todo o procedimento, até a lavratura do boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher.
A empresa reafirma que coopera integralmente com as autoridades e mantém seu compromisso com a ética, a legalidade e o respeito.
Reitera, ainda, que o bem-estar e a segurança de hóspedes, colaboradores e parceiros são prioridades absolutas e que não compactua com qualquer conduta imprópria em seus empreendimentos.”
O que diz a defesa do funcionário
Em contato com a CNN, o escritório Vieira Constantino Advogados, responsável pela defesa do funcionário, disse que desde o princípio, o homem se colocou à disposição das autoridades e cumpre todas as determinações e decisões judiciais.
Além disso, “reafirma sua plena convicção na inocência de seu cliente, especialmente porque os elementos constantes dos autos demonstram a consensualidade dos fatos e revelam contradições significativas nos depoimentos da suposta vítima, circunstâncias que afastam qualquer configuração de crime”. Veja nota na íntegra:
“O Escritório Vieira Constantino Advogados informa que foi constituído pelo acusado para promover sua defesa técnica no processo em questão, ressaltando que, desde oprincípio, o acusado se colocou à disposição das autoridades e vem cumprindo todas as determinações e decisões judiciais.
A banca reafirma sua plena convicção na inocência de seu cliente, especialmente porque os elementos constantes dos autos demonstram a consensualidade dos fatos e revelam contradições significativas nos depoimentos da suposta vítima, circunstâncias que afastam qualquer configuração de crime.
A defesa repudia qualquer especulação ou julgamento antecipado do caso e recorda que o processo tramita sob segredo de justiça, razão pela qual não serão prestados maiores esclarecimentos neste momento.
or fim, o escritório destaca que trabalhará com dedicação e rigor técnico na defesa de seu cliente, não medindo esforços para comprovar sua inocência e restabelecer a verdade dos fatos.”
A SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que o caso foi registrado como estupro e a investigação foi conduzida pela 1ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).
Após a conclusão das diligências, o inquérito policial foi encaminhado ao Poder Judiciário para as providências cabíveis.
Fonte: CNN Brasil



