A Polícia Federal realizou, na manhã desta quinta-feira (18), a Operação Hangar Fantasma, com o objetivo de desmontar um grupo criminoso suspeito de atuar no tráfico de drogas entre estados brasileiros e na lavagem de grandes quantias de dinheiro. Segundo a polícia, a organização usava tanto estradas quanto aeronaves para transportar entorpecentes.
A ação contou com o apoio do Ministério Público da Paraíba, por meio do GAECO, e da Polícia Militar. Cerca de 150 policiais participaram do cumprimento de 63 ordens judiciais, incluindo 30 prisões e 31 mandados de busca e apreensão. As ações ocorrem na Paraíba, Rio Grande do Norte, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e no Distrito Federal.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações começaram a partir da análise de informações de operações anteriores e apontaram que o chefe do grupo continuava dando ordens mesmo estando preso no sistema penitenciário da Paraíba.
As apurações indicam que a quadrilha era responsável por comprar aviões e organizar o transporte de grandes carregamentos de cocaína das regiões Norte e Centro-Oeste para o Nordeste. O grupo é ligado a pelo menos três grandes apreensões de drogas, que somam cerca de uma tonelada de cocaína. Em dois casos, aeronaves transportavam aproximadamente 400 quilos da droga cada, em ações registradas no estado do Tocantins. Outra apreensão ocorreu por via terrestre, na Paraíba.
A Polícia Federal informou ainda que o grupo utilizava um esquema para esconder a origem do dinheiro obtido com o tráfico. Para isso, usava pessoas em nome de terceiros e empresas criadas apenas no papel, com o objetivo de movimentar valores milionários e comprar bens como aviões e veículos de luxo.
Para tentar impedir que o grupo continue operando, a Justiça determinou o bloqueio de contas e bens dos investigados, com valores que podem chegar a R$ 4,8 bilhões, além da apreensão de imóveis, aeronaves e outros patrimônios.
Os suspeitos devem responder por crimes como tráfico de drogas entre estados, participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Em nota, a Polícia Federal explicou que o nome da operação faz referência ao uso de empresas fictícias para esconder a real propriedade de aviões e hangares usados no transporte das drogas.



