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MPF denuncia 18 gerentes da Braiscompany por crimes financeiros e lavagem de dinheiro

Investigação aponta esquema de comissões milionárias e prisão domiciliar do proprietário na Argentina.

Foto: Ewerton Correia/TV Paraíba
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O Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma terceira denúncia contra investigados da empresa Braiscompany, acusada de crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. Desta vez, 18 gerentes “selects” da empresa foram denunciados, devido a suas carteiras de investimentos milionárias, que ultrapassavam R$ 10 milhões. Esses gerentes são acusados de realizar operações irregulares de instituição financeira, emitir, oferecer e negociar valores mobiliários sem registro prévio, cometer crimes contra o mercado de capitais, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. Segundo o MPF, alguns desses gerentes chegaram a receber comissões mensais superiores a R$ 250 mil.

A investigação se concentrou nos gerentes “selects” devido à sua posição elevada dentro da Braiscompany e às valiosas carteiras de clientes que gerenciavam. O MPF destacou que esses gerentes eram os mais bem remunerados e que há evidências de que violaram os atos normativos internos da empresa, especialmente no que diz respeito aos procedimentos para celebração de contratos de cessão de criptoativos com investidores. As investigações fazem parte das operações Select I e II, que são desdobramentos da Operação Halving, conduzidas pela Polícia Federal e pelo MPF. No entanto, nem todas as acusações foram imputadas a todos os denunciados.

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De acordo com uma planilha financeira da empresa, existiam 24 gerentes “selects”, dos quais três já foram denunciados na primeira denúncia (Clécio Cabral, Gesana Alves e Felipe Guilherme), restando 21. O MPF identificou que, entre esses 21, 16 gerentes violaram os atos normativos internos da empresa. Além disso, a investigação revelou a participação de Luiz Carlos Veras e Paulo Roberto, que operavam por meio das carteiras de suas esposas, Erijane Patrício e Islana Santos.

Entre os denunciados estão:
– Marcos Avelino dos Santos Soares, com uma carteira de mais de R$ 36 milhões.
– Thiago Lucio Camelo de Medeiros, com mais de R$ 15 milhões.
– Gilbran Marques Chaves Junior, com mais de R$ 12 milhões.
– Albert Kayo Ribeiro da Silva, com mais de R$ 18 milhões.
– Selemirth Martins de Almeida, com mais de R$ 21 milhões.
– Vilton Lins e Sousa, com mais de R$ 17 milhões.
– Erijane Patrício Barroso, com mais de R$ 22 milhões.
– Gabriel Santos Santiago, com mais de R$ 14 milhões.
– Hemerson Gabriel Leão de Lima, com mais de R$ 14 milhões.
– Marcos Micael Silva Andrade, com mais de R$ 12 milhões.
– Nychell Crosby da Silva, com mais de R$ 20 milhões.
– Pedro Artur Venâncio dos Santos, com mais de R$ 29 milhões.
– Thiago Henrique de Oliveira Lima, com mais de R$ 22 milhões.
– Eluyllo Wesley Lima Queiroz, com mais de R$ 19 milhões.
– Islana da Silva Ferreira Santos, com mais de R$ 21 milhões.
– José Moisés Venâncio dos Santos, com mais de R$ 11 milhões.
– Luiz Carlos Veras de Albuquerque e Paulo Roberto Araújo dos Santos, que operavam por intermédio das carteiras de suas esposas.

Além disso, o MPF apresentou uma segunda denúncia contra o casal-proprietário da Braiscompany, um doleiro e mais quatro envolvidos no esquema de lavagem de dinheiro. Antônio Neto e Fabrícia Farias, proprietários da empresa, foram acusados de realizar grandes operações financeiras típicas de lavagem de dinheiro durante a fase de “desmoronamento” da empresa, inclusive utilizando um doleiro, Joel Ferreira de Souza, para realizar transações criptográficas.

Recentemente, Antônio Inácio da Silva Neto, conhecido como Antônio Neto Ais, dono da Braiscompany, obteve autorização da Justiça argentina para ser transferido para prisão domiciliar em Buenos Aires, onde aguardará a análise do pedido de extradição feito pelo Brasil. Ele estava detido na sede da Interpol na capital argentina desde 29 de fevereiro deste ano. A decisão também beneficiou sua esposa, Fabrícia Farias Campos, que já estava em prisão domiciliar para cuidar dos filhos.

O casal foi condenado pela Justiça brasileira a penas de 88 e 61 anos, respectivamente, por crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais, com prejuízos estimados em R$ 1,5 bilhão. Eles foram considerados foragidos desde fevereiro de 2023 e foram presos na Argentina um ano depois. Agora, Antônio também poderá aguardar o processo de extradição em casa, ao lado da esposa e dos filhos.

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