A Polícia Civil concluiu, nesta terça-feira (13), o inquérito do caso que envolve Fernando Cunha Lima, médico investigado por suspeitas de abuso sexual contra crianças, em João Pessoa. Os detalhes da investigação estão sob sigilo e devem ser divulgados nesta quarta-feira (14).
Na última sexta-feira (9), Fernando Cunha Lima compareceu à Delegacia de Repressão a Crimes contra a Infância e Juventude para prestar depoimento. Na semana passada, o acusado havia se dirigido à Delegacia, mas apresentou um atestado e se ausentou. Na quinta-feira (8), um novo interrogatório estava marcado, mas o médico foi internado no Hospital da Unimed, embora as causas da internação ainda não tenham sido divulgadas pela defesa.
Seis vítimas haviam apresentado acusações formais contra o médico para denunciar o pediatra por estupro até a semana passada. Com a crescente repercussão do caso, uma sobrinha do suspeito revelou ter sido abusada pelo pediatra quando tinha 9 anos, na década de 1990, junto com suas duas irmãs. As denúncias sugerem que os abusos ocorreram há pelo menos 33 anos, já que o relato se refere a um abuso ocorrido em 1991.
Relembre o caso
Fernando Cunha Lima foi acusado por uma família de abusar sexualmente de uma criança durante uma consulta. Segundo a Polícia Civil, a vítima estava em uma consulta de rotina com o médico no dia 25 de julho, quando a mãe presenciou o ato de violência sexual. A mãe da vítima relatou que estava com suas duas filhas no consultório de Fernando Cunha Lima. Enquanto ela transcrevia uma receita de medicamentos, o médico estava do outro lado do consultório, brincando com a filha caçula no colo e, simultaneamente, abusando da menina de 9 anos.
A mãe explicou que, ao terminar de transcrever a receita, levantou-se e se aproximou da frente da maca, momento em que viu o Fernando tocando as partes íntimas da criança. Ela imediatamente retirou a filha do local, dirigiu-se à delegacia e registrou a denúncia.
A Polícia Civil aguarda o parecer do Ministério Público da Paraíba acerca do pedido de prisão preventiva do pediatra. Como noticiado anteriormente pelo Portal Pop Notícias, dois promotores se averbaram suspeitos de emitir um parecer sobre o pedido de prisão preventiva, que havia sido representado anteriormente pela Polícia Civil da Paraíba.
Inicialmente, o promotor Arlan Costa foi o primeiro a rejeitar o caso. Em seguida, o substituto do promotor, Alexandre Nóbrega, também se recusou a emitir o parecer sobre o pedido de prisão, alegando questões de ‘foro íntimo’.
O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) divulgou uma nota, na última quarta-feira (7), anunciando a abertura de uma sindicância para investigar o caso.
Confira a nota do CRM-PB:
Nota para a Imprensa
O Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB) recebeu, na manhã desta quarta-feira (7), denúncia formal do advogado da família que acusa um médico de João Pessoa de ter cometido possível estupro de vulnerável. A partir deste momento, o CRM-PB abrirá sindicância para apurar o fato, o que normalmente demora 90 dias. O Conselho pretende agir de forma célere para concluir a apuração, já que há um interesse social relevante, dando o amplo direito de defesa ao acusado.