A sobrinha da esposa de Fernando Cunha Lima, Thais Gualberto, prestou depoimento contra o pediatra, nesta terça-feira (3). A parente é mais uma vítima a denunciar o médico, denunciado por estupros de vulneráveis.
Em entrevista concedida à imprensa na manhã desta terça-feira, a vítima contou que foi abusada pelo médico quando tinha 7 anos de idade na casa dos avós, em Campina Grande. De acordo com o relato, o crime ocorreu durante a noite quando todos os moradores da casa estavam dormindo.
“Eu tinha 7 anos de idade e foi na casa dos meus avós. Foi uma vez só. Foi durante a noite; todo mundo da casa estava dormindo, e aí ele me chamou e cometeu os atos [referência a atos sexuais]”, disse.
Inicialmente, após a denúncia de uma família contra o médico e o surgimento de novos casos, a Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar depoimentos das vítimas e entregou ao Ministério Público da Paraíba (MPPB), que requereu a prisão preventiva de Fernando.
Nesta semana, foi instaurado um novo inquérito para que mais vítimas possam prestar depoimento contra o pediatra. Segundo o advogado das vítimas, Bruno Girão, até o momento, duas vítimas já prestaram depoimento no novo inquérito. Bruno disse ainda que mais duas vítimas devem ser ouvidas ao longo da semana.
A reportagem do Portal Pop Notícias entrou em contato com o advogado do médico, Aécio Farias, que afirmou que iria aguardar ter acesso ao processo para se posicionar a cerca dos novos depoimentos.
Novo pedido de prisão
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) interpôs recurso junto ao Tribunal de Justiça da Paraíba contra a decisão do juiz de primeiro grau que negou o pedido de prisão preventiva contra o médico pediatra Fernando Paredes Cunha Lima, denunciado pela prática de abuso sexual contra quatro crianças.
O promotor de Justiça Bruno Leonardo Lins pediu a prisão preventiva do suspeito, por entender que a medida é necessária à manutenção da ordem pública e à instrução do processo.
Para a Promotoria, Fernando apresenta sinais de periculosidade, pois praticou reiteradamente crimes sexuais em seu consultório e em seu convívio social e familiar. Além disso, sua influência pode afetar a produção de provas, em especial os depoimentos das vítimas, testemunhas e declarantes.
Anteriormente, o juiz José Guedes, da 4° Vara Criminal de João Pessoa, negou, no dia 26 de agosto, o pedido de prisão contra o médico Fernando Cunha Lima, acusado e denunciado pelo Ministério Público da Paraíba por abusar sexualmente de crianças durante consultas. Apesar da negação do pedido de prisão preventiva, o juiz determinou o afastamento do pediatra das funções médicas e o bloqueio de bens, a pedido do Ministério Público da Paraíba.
Para o juiz, trata-se de graves acusações, principalmente por envolver crianças, mas é necessário que haja uma apuração para que as acusações sejam confirmadas.
No momento, Fernando Cunha Lima está com os bens e imóveis bloqueados, com o objetivo de proteger o interesse econômico das vítimas e garantir eventual indenização. O MPPB também pediu o pagamento de 400 salários mínimos para cada vítima a título de indenização.
