A Polícia Civil não tem dúvidas sobre a participação dos dois homens presos no sequestro do avicultor ocorrido em Campina Grande. A vítima já prestou depoimento e afirmou de forma categórica, ao ser levado ao local, que a casa localizada pelos policiais na zona rural do município de Lagoa Seca, Agreste paraibano, realmente foi a usada como cativeiro pelo grupo.
Além de detalhes da estrutura do imóvel, o empresário reconheceu uma espuma usada como colchão para acomodá-lo. O material foi apreendido para servir como prova.
O sítio pertence ao suspeito preso na tarde desta terça-feira, mas ele nega envolvimento. À polícia, disse que o imóvel estava alugado, mas não soube informar o nome nem o paradeiro da pessoa que fez a locação.
Para a delegada Elizabeth Beckman, que está à frente do caso, os dois suspeitos presos mantêm uma amizade de 10 anos. Um foi preso no domingo; outro na tarde de ontem.
Os policiais agora tentam localizar os outros integrantes da quadrilha. Há possibilidade deles estarem com o dinheiro pago como resgate (cerca de R$ 500 mil) e as armas usadas na ação. Duas armas registradas no nome do segundo preso não foram localizadas.
O CASO
O sequestro ocorreu no último dia 8 de setembro (domingo) e teve na linha de frente de três a quatro criminosos. A ação aconteceu no momento em que a vítima chegava em casa, no bairro Santo Antônio, por volta das 19h.
A família e a Polícia Civil mantiveram a situação sob sigilo total; com o caso só vindo ao conhecimento da imprensa nesta segunda-feira (16), após a prisão do primeiro suspeito.
Os bandidos passaram cerca de 20 horas com o empresário no cativeiro. E exigiram R$ 50 milhões da família. O valor considerado astronômico e implacável, teria sido pedido para pressionar os familiares a uma negociação. Foi paga a quantia de R$ 500 mil, segundo informações extraoficiais.
De acordo com a delegada Elizabeth Beckman, da Delegacia de Roubos e Furtos de Campina Grande, o empresário foi liberado na região do Arco Metropolitano de Campina Grande. O resgate foi pago nas imediações do Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, nas Malvinas.
A polícia disse que o grupo criminoso encaminhou um vídeo para o filho do empresário com ele com as mãos e os pés amarrados. Ao lado da vítima, um criminoso aparece segurando uma arma.