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Obra de escritora paraibana radicada no DF estudada por alunos pessoenses

Evento da Escola Índio Piragibe abordou a Diversidade Cultural e Relações Étnico-Raciais no Chão da Escola na EJA

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A escritora paraibana Waleska Barbosa, foi homenageada pela Escola Índio Piragibe, de João Pessoa, na primeira etapa do III Festival de Aprendizagens da EJA: Diversidade Cultural e Relações Étnico-Raciais no Chão da Escola na EJA, realizado pela Prefeitura Municipal de João Pessoa – Secretaria de Educação e Cultura – Divisão de Educação de Jovens e Adultos. O evento ocorreu no Centro Escolar Municipal de Atividades Pedagógicas Integradoras – Cemapi Arthur da Costa Freire.

Autora do livro Que o nosso olhar não se acostume às ausências (Arolê Cultural; 2021) e idealizadora do Julho das Pretas que Escrevem no Distrito Federal, Waleska é cronista atenta a questões de raça e de gênero e aborda temas do dia a dia das mulheres, em especial, as negras. Entre os temas que figuram na obra estão amor, solidão, envelhecimento, maternidade solo, violência doméstica e racismo.

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Para participar do evento, a escola escolheu a temática Trajetórias de personalidades negras brasileiras e paraibanas e Literatura de autoras negras e escolheu trabalhar a obra da Waleska, que é natural de Campina Grande, mas mora em Brasília desde 2000.

Foto: Reprodução

Alguns dos seus textos foram lidos e discutidos em sala de aula. A Índio Piragibe apresentou um texto inspirado na crônica São o que são, uma prosa poética que compara as árvores do cerrado ao feminino, evocando imagens líricas, e Aquela mulher, que narra um caso de violência doméstica com final inusitado, recebeu leitura dramática.

A aluna Eliete de Oliveira, 57, diz que teve um grande aprendizado. “A partir do trabalho da autora, construímos coletivamente o texto Mulher negra reescrevendo sua história, que ficou belo. Olha que coisa importante: criamos uma crônica!”, diz.

Autoria paraibana

De acordo com a psicóloga escolar Laurineide Laureano dos Santos, ao procurar autoras paraibanas negras, encontrou Waleska Barbosa e comprou o livro pela Internet. “Li todo na mesma noite e fiquei encantada”. A partir de um projeto que desenvolvemos na escola, intitulado Na Rota da Leitura, por meio de sessões de leitura literária e do Lerarte, escolhemos textos mais acessíveis para as nossas turmas, e eles foram trabalhados por vários professores, inclusive, de língua portuguesa. Encontrar uma paraibana escritora, mulher, negra, maravilhosa,; ela fez toda a diferença. É uma honra homenageá-la”, diz.

Para Waleska, entre tudo o que viveu desde que se tornou escritora, a homenagem da Escola Índio Piragibe se destaca. “Por me lembrar que escrever não é em vão. Foi uma surpresa feliz fazer parte de uma turma da EJA, o que me faz além de voltar as minhas raízes, ter a dimensão do valor da literatura a partir das nossas próprias vivências, vozes e sentimentos”, diz.

Ela acredita que iniciativas como a da Secretaria de Educação de João Pessoa e da Escola Índio Piragibe, podem incentivar à leitura e o reconhecimento de pessoas escritoras paraibanas. “Avançar é um desafio para uma mulher negra, fora do cânone e das estruturas do mercado literário. Se tenho um livro publicado, quero ser lida, quero que minha obra seja consumida, quero estar nas prateleiras de gente da minha terra. E esse projeto é mais um passo nesse sentido”, completa, Waleska, que é jornalista formada pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, em Campina Grande.

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