O padre Egídio de Carvalho tornou-se réu, nesta quinta-feira (24), em nova acusação do Ministério Público da Paraíba de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. A denúncia, parte da Operação Indignus, investiga desvios milionários de recursos do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, enquanto o padre presidia a unidade. A denúncia foi aceita pelo juiz José Guedes Cavalcante Neto, da 4ª Vara Criminal da Capital.
Segundo o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco-PB), o padre teria atuado para ocultar a propriedade de um imóvel de quase R$ 500 mil no bairro Cabo Branco, em João Pessoa. A investigação aponta que ele adquiriu o imóvel em janeiro e, no final do ano, doou a uma criança de dois anos sem parentesco com ele. A denúncia relata que o padre “iniciou os procedimentos objetivando retirar o imóvel de seu nome e passá-lo ao beneficiário”, sendo este um menino cujos pais residem em São Paulo.
Os promotores afirmam que Egídio “ocultou e dissimulou a origem, localização, disposição, movimentação e a propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal, POR MEIO DA SUA TRANSFERÊNCIA A TERCEIRO”. O documento destaca a doação do imóvel, adquirido “por meio de práticas criminosas durante a gestão dos projetos e atividades do Hospital Padre Zé, Instituto São José e Ação Social Arquidiocesana”, resultando em um ganho de R$ 480 mil.
O Ministério Público pede que a Justiça sequestre o imóvel e o destine ao tesouro estadual. Além disso, requer que o padre pague R$ 480 mil em reparação por danos materiais e R$ 1 milhão por danos morais coletivos.