“Vergonhosa perseguição aos brasileiros”. Foi assim que o professor e cônsul honorário do Brasil nos Estados Unidos, César Augusto Rosatto, avaliou a deportação dos brasileiros feita pelo governo Donald Trump. César foi entrevistado no programa Meio-dia Paraíba, da Rádio Pop, nesta terça-feira (28).
Trump determinou o início da deportação em massa de todos os imigrantes ilegais em solo americano logo pós assumir o novo mandato.
Na visão de César Rosatto, os brasileiros e os imigrantes, no geral, são responsáveis por manter e fortalecer a economia dos Estados Unidos. Segundo o professor, essas pessoas que não estão sendo respeitadas realizam trabalhos essenciais para o país.
“O imigrante oxigena a economia americana, as igrejas que estão fechando, a fibra social. É de grande importância manter os imigrantes aqui nos Estado Unidos, além de comprar, eles também fazem trabalhos que os americanos não querem fazer. É vergonhosa essa perseguição”, explicou.
Para o representante, a deportação em massa dos brasileiros e imigrantes dos Estados Unidos já está surtindo efeito direto na economia do país. Aumento do custo de vida, elevação dos preços dos alimentos e produtos agrícolas, são uns dos fatores decorrentes da determinação do presidente Donald Tump.
“Vai ter uma crise econômica aqui [Estados Unidos]. Os produtos já estão caríssimos, também todos os produtos agrícolas. O custo de vida tá caríssimo na Califórnia, Nova York, Chicago. Flórida tá muito caro e vai ficar pior. Eles vão ter essas consequências seguramente”, afirmou.
A classe social, o poderio financeiro e a cor da pele são fatores determinantes para a qualidade de vida nos Estados Unidos. De acordo com o cônsul honorário do Brasil no país, o racismo e preconceitos são desafios que os brasileiros podem enfrentar na América. Em sua maioria, os imigrantes que são “aceitos” no país geralmente são pessoas com melhor nível econômico.
“A maioria dos brasileiros no exterior estão nos Estados Unidos. Muitos brasileiros com estudos e preparados continuam com o sonho americano, mas as pessoas com níveis baixos enfrentam dificuldades pra sair em frente. Maioria das pessoas que cruzam as fronteiras são pessoas de pele escura e pobres. As pessoas do Brasil com melhor nível econômico vêm para os Estados Unidos de avião e com visto. Então quer dizer existe uma distinção, um racismo, patriarcalismo, classismo e aqui o capitalismo predatório é da pior qualidade”, disse César.
O Pop Notícias apurou que, até o momento, 88 brasileiros foram repatriados só este ano. Vídeos, registrados nas redes sociais, mostram pessoas algemadas desembarcando do avião, além de relatos de maus tratos e desrespeito durante a viagem.
