Servidores e ex-servidores do Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB) estão sendo investigados por participação em uma quadrilha responsável por cancelar multa de trânsito. A investigação é realizada pela Operação Reset.
A operação contra com a participação da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO), com o apoio do Detran-PB e da Unidade de Inteligência Policial (Unintelpol). Também são suspeitos de participação no esquema criminoso despachantes com atuação no Detran-PB.
Segundo a polícia, a quadrilha utilizava credenciais válidas de acesso para inserir dados falsos no sistema do órgão e justificar os cancelamentos de multas. A organização atuava em quatro núcleos distintos, cada um com funções específicas.
Confira abaixo a explicação dada pela Polícia Civil de como o esquema criminoso agia:
- Captação de clientes: O “Núcleo Administrativo/Gerencial”, composto por servidores, ex-servidores do DETRAN e despachantes, era responsável por encontrar pessoas interessadas em “limpar” suas infrações de trânsito.
- Acesso ao sistema: O “Núcleo Operacional”, munido das informações fornecidas pelo núcleo administrativo e utilizando credenciais de acesso válidas, acessava o sistema do DETRAN para realizar os cancelamentos fraudulentos.
- Justificativa falsa: Para evitar suspeitas, o “Núcleo Operacional” inseria no sistema números de processos existentes no PBDOC (sistema de processos administrativos), mas que não tinham nenhuma relação com os recursos de multas. Essa manobra dava uma aparência de legalidade aos cancelamentos.
- Tecnologia para agilizar os crimes: O “Núcleo Técnico”, formado por especialistas em informática, desenvolvia ferramentas tecnológicas para automatizar o acesso clandestino ao sistema do DETRAN e realizar cancelamentos em massa de multas.
- Distribuição dos lucros: O “Núcleo Financeiro” era responsável por recolher o dinheiro dos clientes e distribuir os lucros entre os membros da organização, de acordo com a participação de cada núcleo no esquema.
Investigação segue
Ainda segundo a polícia, a operação continua ocorrendo e, os próximos passos, são de identificar e prender todos os criminosos responsáveis.