Na quinta-feira, dia 8 de fevereiro, uma operação da Polícia Federal (PF) batizada de Tempus Veritatis ou Hora da Verdade, teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro e membros de seu governo, incluindo ministros e militares. Eles são investigados por supostamente constituírem uma organização criminosa com intuito de promover um golpe de Estado.
A operação foi deflagrada após Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fechar um acordo de colaboração premiada com investigadores da PF. Esse acordo foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após análise pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo as investigações, o grupo teria elaborado uma minuta, com a participação de Bolsonaro, que delineava uma série de ações contra o Poder Judiciário, incluindo a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, promoveram a disseminação de notícias falsas contra o sistema eleitoral brasileiro e monitoraram o ministro do STF, Alexandre de Moraes, responsável por autorizar a operação.
A PF cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva. Os investigados estão proibidos de manter contato entre si e de deixar o país, além de estarem suspensos de suas funções públicas.
Entre os alvos estavam ex-ministros como Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Walter Souza Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e Anderson Torres, bem como outros membros do governo e militares.
As investigações apontam que a organização se dividiu em seis núcleos para atuar na tentativa de golpe e de ataque ao Estado Democrático de Direito. Esses núcleos incluíam a disseminação de desinformação, incitação ao golpe entre militares, atuação jurídica, coordenação de ações de apoio operacional, inteligência paralela e oficiais de alta patente que legitimavam as ações.
O grupo teria elaborado uma minuta de decreto para executar o golpe, entregue a Bolsonaro em 2022. Após solicitar alterações, Bolsonaro convocou uma reunião com os comandantes das Forças Armadas para pressioná-los a aderir ao golpe.
Além disso, a PF identificou que o grupo monitorou deslocamentos do ministro Alexandre de Moraes entre Brasília e São Paulo e trocou mensagens sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.