O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), disse nesta quarta-feira (25) que foi um “erro grave” a decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar o projeto que derruba a alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
O petista também criticou e chamou de uma “provocação infantil” a escolha do deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) como relator da proposta. A matéria está na pauta do plenário na sessão desta quarta. Em contraponto, a oposição comemorou a decisão de Motta de colocar o texto em votação e a designação de um relator do PL.
“É um grave erro ter pautado isso e colocar o Coronel Crisóstomo como relator parece uma provocação meio infantil. Um tema tão importante. Eu estou sendo duro aqui nas palavras porque não nos resta uma alternativa”, disse Lindbergh em entrevista a jornalista na Câmara.
Para o líder do PT, a escolha de Chrisóstomo indica que “não tem espaço nenhum para qualquer tipo de diálogo” sobre o projeto. O deputado reforçou que a decisão de votar a proposta causou “estranheza” e “surpresa” no governo.
Motta anunciou que pautaria a matéria na noite de terça-feira (24). A decisão surpreendeu o Planalto, que esperava tempo maior para articular contra o texto. A Casa aprovou a urgência do projeto na semana passada, na segunda-feira (16).
Nesta manhã, Lindbergh participou de reunião no Palácio do Planalto com o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
“A derrubada desse decreto do IOF significa contingenciamento imediato de R$ 12 bilhões a mais […] A derrubada do decreto, ninguém se engane, significará automaticamente um contingenciamento de programas sociais prejudicando os mais pobres”, disse Lindbergh.
PL defende relator
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), defendeu a decisão de Motta de pautar o projeto e a escolha do relator. Partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o PL é o maior patrocinador da proposta para sustar a mudança nas alíquotas do IOF.
“Se é para assustar um decreto do presidente da República, nada mais ideal, só que um parlamentar do maior partido da oposição. O Coronel Chrisóstomo tem toda a legitimidade, o nosso apoio, a nossa indicação e será o relator dessa sustação no dia de hoje”, disse em entrevista a jornalistas na Câmara.
Para Sóstenes, o governo falhou em não entender o “recado” da Câmara ao aprovar a urgência da proposta sobre o IOF. Ele estima que a matéria será aprovada com ao menos 310 votos.
“É um governo lento, que só reage quando o leite já derramou. Esse é o problema do atual governo. Querer colocar a culpa no presidente Hugo Motta agora é de uma irresponsabilidade total do governo”, declarou Sóstenes em entrevista a jornalistas na Câmara.
Fonte: CNN Brasil
