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Time feminino vence hackathon de IA em João Pessoa com projeto voltado à inclusão de alunos autistas

Plataforma apoia professores da rede pública no ensino de crianças com espectro autista; vencedoras receberam R$ 20 mil em premiação.

Crédito: Rafael Vieira/ApplyBrasil e iMasters
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O Devs de Impacto encerrou neste domingo (9) a sua edição em João Pessoa (PB) premiando um time formado exclusivamente por mulheres. As vencedoras Beatriz Almeida Maceil Guimarães Pessôa (20), Emyle dos Santos Lucena (20) e Maria Clara Dantas Torres (19), todas estudantes de Ciência da Computação na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), conquistaram o primeiro lugar entre 18 grupos que disputaram o hackathon.

O trio criou a Andori, uma plataforma que utiliza inteligência artificial para apoiar professores da rede pública no ensino de crianças com transtorno do espectro autista (TEA). O sistema processa dados compartilhados por famílias e educadores, como comportamento, interesses e desafios de cada aluno, e gera recomendações de como adaptar o conteúdo e o formato das aulas para garantir maior inclusão e participação.

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Além de oferecer acompanhamento de desempenho e sugestões de melhoria para o educador, a Andori usa os feedbacks coletados para aperfeiçoar continuamente suas recomendações por meio de IA generativa. “Quando anunciaram a gente eu achei que a gente estava sonhando. Acreditávamos muito na ideia e foi incrível vencer o desafio sendo o único time inteiramente feminino”, afirmou Beatriz.

As vencedoras receberam R$ 20 mil e US$ 1,5 mil em créditos de API da OpenAI.

Alerta importante

No sábado (8), o painel de abertura contou com a presença de Iuri Rubim, assessor para IA na educação da Secretaria da Educação do Estado da Bahia; Angela Dannemann, da ENI Consultoria; e Dani Matielo, co-líder do Laboratório de IA da Ashoka, maior rede de empreendedores sociais do mundo, que mediou a conversa.

Em sua fala, Rubim pediu que os participantes vestissem a camisa dos estudantes ao longo de todo o evento. “O problema central é você olhar a necessidade dos estudantes e botar eles sempre no meio, porque é para os estudantes e pelos estudantes que a educação acontece”, disse.

Dani Matielo chamou a atenção para a importância de a comunidade de desenvolvedores se engajar no debate sobre o PL 2338/23, que regula a inteligência artificial no Brasil.

“No Brasil, a gente tem experiências de amplos debates em relação à legislação, mas isso não está rolando sobre essa [da IA]. Então a gente precisa ter mais gente se envolvendo, entendendo os pontos, como é que isso vai afetar a sua vida como desenvolvedora, como é que isso pode limitar ou ampliar dependendo do que é que vai ser aprovado. Os empreendedores sociais, os desenvolvedores, todo mundo precisa entender porque é muito importante essa discussão”, concluiu Matielo.

IA e educação pública em foco

Após passar por São Paulo e Curitiba, o hackathon reuniu 65 participantes distribuídos em 18 grupos, em uma maratona de 36 horas de criação e mentoria, com o desafio de desenvolver soluções com potencial real de adoção pela rede pública de ensino da Paraíba. O evento destacou o papel da capital paraibana como polo emergente de tecnologia e inovação no Nordeste, aproximando a comunidade local de um dos debates mais relevantes do momento: como a IA pode melhorar a educação e promover inclusão social.

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