O programa Fantástico exibiu nesse domingo (30) partes do depoimento do influenciador paraibano Hytalo Santos, preso desde agosto. Ele prestou esclarecimentos em audiência referente ao processo no qual responde pela suspeita de produzir conteúdo pornográfico envolvendo menores. Durante a oitiva, Hytalo negou todas as acusações.
O influenciador declarou ao juiz que considera injustas as denúncias e disse que sempre atuou de forma a ajudar os jovens que apareciam nos vídeos. Para ele, o material publicado tratava apenas de registros do cotidiano e de coreografias de brega funk, estilo popularizado em comunidades periféricas.
“Eu nunca cheguei a gravar vídeos com cenas pornográficas nem com cunho sexual. E a gente só gravava a nossa rotina com a cultura de periferia, que é de onde eu venho. Entre Recife e João Pessoa, o ritmo mais escutado hoje, daqui, produzido e está no Brasil inteiro, do ritmo de brega funk. Que as coreografias e os passos usados, por alguns, é visto com esse olhar. Mas para a gente que é da periferia é arte”, disse.
O Ministério Público acusa Hytalo e o marido, Israel Vicente, de tráfico de pessoas, exploração sexual e produção de conteúdo pornográfico com adolescentes. De acordo com a investigação, o casal postava vídeos nas redes sociais com menores de idade, alguns deles residindo na casa onde os dois moravam.
Durante o depoimento, Hytalo afirmou ainda que não recebia remuneração das plataformas pelas publicações e que sua renda vinha de publicidade e rifas legalizadas. Ao ser questionado sobre pagamentos aos jovens, ele respondeu que os adolescentes não eram remunerados, mas que os pais recebiam ajuda financeira por iniciativa própria, e não por acordo.
Além do influenciador e do marido, outras quatro pessoas que trabalharam com o casal também foram ouvidas. Dois dos depoentes são policiais militares que atuavam na segurança dos acusados. Eles disseram não ter visto conteúdo sexual nas gravações às quais tiveram acesso, embora afirmem que o trânsito de pessoas dentro da casa era restrito.
