O juiz Alexandre Abrahão Teixeira, do 3º Tribunal do Júri, absolveu seis policiais militares acusados de matar e arrastar há uma década a auxiliar de serviços gerais Cláudia Ferreira, na Zona Norte do Rio, dentro de um carro da corporação.
Os policiais estavam sendo processados por homicídio e por remover o corpo de Cláudia do local. A decisão judicial foi inicialmente reportada pelo jornal O Globo e posteriormente confirmada pelo G1.
Na sentença, o juiz alega que os policiais dispararam contra traficantes e cometeram um “erro de execução”.
“Os acusados agiram em legítima defesa para repelir a injusta agressão provocada pelos criminosos, incorrendo em erro na execução, atingindo pessoa diversa da pretendida”, escreveu o juiz Alexandre Abrahão Teixeira.
Durante o ocorrido, Cláudia foi atingida enquanto os policiais militares estavam envolvidos em um tiroteio com traficantes do Morro da Congonha, em Madureira, na Zona Norte do Rio.
A decisão absolve o capitão Rodrigo Medeiros Boaventura, responsável pelo comando da patrulha, e o sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno. Além disso, os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Archanjo, o sargento Alex Sandro da Silva Alves e o cabo Gustavo Ribeiro Meirelles, que foram acusados de remover o corpo de Cláudia do local, também foram inocentados.
Na época, os policiais estavam servindo no 9º BPM (Rocha Miranda).
No mesmo processo, o juiz decidiu que o traficante Ronald Felipe dos Santos será julgado pelo júri popular, porém, ele está foragido. De acordo com as investigações, o criminoso trocou tiros com os policiais durante o incidente.
Relembre o caso
Cláudia Ferreira foi baleada no pescoço após sair de casa, no Morro da Congonha, para comprar pão. Os PMs colocaram Cláudia na viatura alegando que estavam socorrendo a mulher. No trajeto ao hospital, o compartimento da viatura abriu e o corpo da mulher foi jogado para fora do veículo.
Cláudia tinha 38 anos, era mãe de quatro filhos e criava quatro sobrinhos. Era auxiliar de serviços gerais.
Um cinegrafista amador registrou o momento em que ela é arrastada (o vídeo foi divulgado pelo jornal “Extra”) e, por conta disso, houve suspeita de que os ferimentos no asfalto poderiam ser a causa da morte. O atestado de óbito, no entanto, informa que ela foi morta por conta da “laceração cardíaca e pulmonar de ferimento transfixante do tórax por ação perfurocortante”, ou seja, devido ao tiro.
Portal Pop Notícias com informações G1