O ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid e outras 15 pessoas foram indiciados pela Polícia Federal por envolvimento em um esquema de fraude no registro do cartão de vacinação contra a Covid-19.
Na prática, isso implica que o caso é encaminhado à Procuradoria-Geral da República, que determinará se deve apresentar uma denúncia à Justiça ou se arquiva a investigação (veja mais detalhes abaixo).
Veja lista dos indiciados
- Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Mauro Barbosa Cid, coronel do Exército e ex-ajudante de ordens da Presidência da República;
- Gabriela Santiago Cid, esposa da Mauro Cid;
- Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal (MDB-RJ);
- Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe de Mauro Cid;
- Farley Vinicius Alcântara, médico que teria emitido cartão falso de vacina para a família de Cid;
- Eduardo Crespo Alves, militar;
- Paulo Sérgio da Costa Ferreira
- Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército;
- Marcelo Fernandes Holanda;
- Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias;
- João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Governo de Duque de Caxias;
- Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro;
- Max Guilherme Machado de Moura, assessor e segurança de Bolsonaro;
- Sergio Rocha Cordeiro, assessor e segurança de Bolsonaro;
- Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias;
- Célia Serrano da Silva.
O indiciamento resultou de uma operação autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em maio de 2023, no âmbito do inquérito das milícias digitais.
Conforme as investigações, um grupo ligado a Bolsonaro inseriu informações falsas de vacinação contra Covid-19 no ConecteSUS visando obter vantagens ilícitas. Posteriormente, retiraram essas mesmas informações do sistema.
A Polícia Federal descobriu que os dados falsos foram inseridos poucos dias antes de Bolsonaro viajar aos Estados Unidos, em dezembro de 2022, último mês de seu mandato como presidente. Naquela ocasião, os EUA requeriam comprovante de vacinação para permitir a entrada de estrangeiros.
Conforme apurado no inquérito, os dados de vacinação de pelo menos sete pessoas foram falsificados.
- o ex-presidente Jair Bolsonaro;
- a filha de Bolsonaro, hoje com 13 anos (à época, com 12);
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- a mulher e as três filhas de Mauro Cid.
Defesa dos indiciados
O advogado Eduardo Kuntz, representante legal de Marcelo Câmara e Sérgio Rocha Cordeiro, expressou sua expectativa de ter acesso aos documentos do processo e ao conteúdo da delação do tenente-coronel Mauro Cid.
Durante a operação em 2023, Bolsonaro declarou em entrevistas que nunca havia recebido vacinação contra Covid e negou qualquer adulteração nos registros de saúde dele e de sua filha.