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Da história na publicidade à Fine Art, uma entrevista com o fotógrafo Toddy Holland

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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Marianna: Toddy, o que é fotografia Fine Art?

Toddy: Imagens com a finalidade de expressar uma visão artística ou conceitual. Neste contexto, é tida como obra de arte. O fotógrafo procura transmitir emoções ou ideias através das criações. As fotografias fine art são, muitas vezes, criadas com cuidado meticuloso para composição, iluminação, cor, textura e outros elementos visuais, visando provocar uma resposta emocional ou intelectual no espectador. Elas podem ser impressas em materiais de alta qualidade, como papel de algodão, metacrilato, alumínio, resinadas… E são frequentemente exibidas em galerias de arte, museus e coleções privadas. Essa abordagem permite ao fotógrafo explorar temas pessoais, experimentar técnicas e oferecer uma interpretação única do mundo ao seu redor, transcendendo a simples representação da realidade para alcançar um impacto estético e emocional mais profundo.

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M: Como é o seu trabalho nesse estilo de fotografia? Quais são as suas referências, inspirações e suas próprias obras de destaque?

T: Acho que o homem é produto do meio. Durante toda a minha vida, tive contatos com livros de arte, fotografias publicitárias, banco de imagens autorais… Isso vai entrando na mente como referência. Então, as minhas criações são frutos de tudo que vivi, filmes que assisti, sentimentos, sonhos, desejos, assim como minha fotografia Fine Art não é apenas de um tema, como, por exemplo, paisagens (Landscape). Eu tenho várias referências de criadores, visito muitas feiras de arte pelo mundo e tudo isso vai fazendo parte do potencial criativo.
Sobre minhas obras de destaque, lembrei que perguntaram ao fotógrafo Imogen Cunningh “qual das suas fotografias é a favorita?” Ele respondeu: “Aquela que farei amanhã”. Então, paralelo a essa linha de raciocínio, eu penso que as minhas melhores fotos são as últimas que fiz, como a série Black & Gold, que virou referência a meu estilo. Muitas pessoas me enviam imagens semelhantes perguntando ou afirmando que são minhas. Alguns até dizem “Olha! Estão querendo te copiar”. Quando na verdade esse estilo de arte já existia, eu só dei a minha visão, conceito e criação.

M: Em fotografia publicitária, nos relembra alguns dos seus principais trabalhos.

T: Os que mais geram visualizações são com celebridades, atores e apresentadores de TV, mas já tive muitos desafios. Quando comecei a fotografar para publicidade, eu dizia que jamais fotografaria carros pela complexidade que tem esse tipo de foto. Uma agência de publicidade me pediu para fazer umas fotos de carros e me neguei a fazer. Dias depois, o diretor de criação, André Galiza, me liga e fala: “Seguinte: sei que tu não faz foto de carro, mas tu és o melhor da cidade, então vai ter que ser com você”. Aceitei o desafio e fizemos um trabalho maravilhoso para o Detran.

M: E existe um estilo que goste mais?

T: Sou muito de fases. Tem época que gosto de fotografar mulheres em foto sensual, tem época que gosto de ficar quieto no estúdio, criando e fotografando produtos, mas também tem o inverso, que me aventuro em viajar para lugares inóspitos, como o Alasca, para fotografar a Aurora Boreal com frio de graus negativos, desertos, montanhas, folhagens de outono, cachoeiras. Tudo isso para fazer fotos de paisagens e virar painéis nas casas dos meus clientes.

M: Tem uma exposição sua no Uniesp. Qual foi a ideia da exposição no Uniesp? Ela vai até quando?

T: Fui chamado para dar uma palestra para o curso de Publicidade e Propaganda, então levei uma técnica desconhecida pelos alunos e professor da disciplina de fotografia. Chama-se Light Painting, ou pintura com luz, em que usamos fontes de luz para desenhar ou pintar formas, enquanto a câmera está configurada para uma exposição longa. Geralmente, uso uma lanterna com foco e faço uma longa exposição, movendo a luz ao redor da cena, criando traços de luz. Essa técnica permite uma ampla gama de possibilidades criativas, desde desenhos simples até composições mais complexas e abstratas. Depois do resultado, o Alê Pinon, instrutor do curso, teve a ideia de fazer quadros para deixar no centro universitário e ficarão permanentemente no lugar. O feito foi aprovado pela reitora Erika Marques, que é minha amiga próxima desde a adolescência.

M: E sobre a ideia do leilão, como chegou à GHC para realizá-lo?

T: Sempre quis usar a minha profissão para ajudar. Uma vez, fui fotografar para o governo uma larva da dengue no Centro de Zoonoses, vi uma pilha de cachorros mortos e fiquei sabendo que aquele era o destino dos que não eram adotados. Na época, não existiam redes sociais e tive a ideia de fazer um site para postar semanalmente fotos dos cachorros para adoção. O nome era soamor.com.br – Tudo que eles precisam. Não consegui colocar para frente, o que, hoje, seria muito fácil com toda pessoa podendo colaborar usando um celular para fazer as imagens, e com o poder das redes sociais.

Tive a ideia da realização do leilão após uma conversa com minha amiga e empresária Nayara Crispim, proprietária da Honnore Acessórios, que citou que um dos seus fornecedores, a Camila Vieira Brand, já estava realizando ações em prol das vítimas do Rio Grande do Sul, e me perguntou como eu poderia ajudar. Então eu sugeri o leilão de obras minhas, e Lílian Leite, muito de imediato, criou o nome do projeto. Em conversa com a equipe da Camila Vieira Brand, eles aceitaram participar do Lance do Bem. A parceria com a GHC vem de uma admiração ao novo conceito dessa construtora de imóveis de alto padrão e de um relacionamento comercial e até pessoal antigo. A antiga empresa do grupo, a Elizabeth Revestimentos, era cliente da minha agência de publicidade Ultra Comunicação e eu também era o fotógrafo oficial dos produtos que precisavam ter uma fidelidade às texturas e brilhos.

M: Quais são as 10 obras que estarão à venda?

T: Fizemos um mix de vários estilos através de uma curadoria com o artista Antonio Lima e a Galeria Íris Fine Art. Temos desde paisagens, texturas, até fotos de pintura corporal conceitual.

M: Alguma outra ideia à frente aqui na terrinha?

T: Sim. Várias. Estamos lançando um novo produto Fine Art que vai estar com os melhores arquitetos da cidade. E, brevemente, teremos alguns cursos de fotografia para amadores e profissionais, como “Os Segredos dos Quadros Fine Art”, em parceria com a Galeria Íris, onde iremos apresentar como a fotografia é criada, desde a visão criativa para uma tela na parede, passando pelo processo de finalização e preparação para impressão, com público voltado para artistas, fotógrafos e arquitetos. Estou trazendo também para o mercado local novos produtos e impressões que são tendências no mundo, mas não existem no Nordeste e dificilmente encontram-se no Brasil.

M: Onde o público pode ver seu portfólio?

T: No site www.toddyholland.com, no Instagram @toddy_holland e tem muitas matérias publicadas na internet. Buscando meu nome no Google, tem trabalhos que nem lembrava mais.
M: Por fim, considerando seu tempo na profissão, gostaria de saber o que era trabalhar com fotografia antes e o que é hoje?
T: Eu tenho 31 anos atuando na profissão, mais uns três anos anteriores, que passei só estudando sem nem ter câmera. Eu sempre gostei de fotografar coisas que me empolgavam. Em 2020, eu me vi fazendo trabalhos que não me agradavam muito e resolvi mudar a carreira comercial. Então, fiz o post no Instagram com a imagens de duas câmeras penduradas como se fossem chuteiras. https://www.instagram.com/p/CC362IPF31V/

Marianna Vieira (@mariannavieiraa) é jornalista, especialista em Publicidade e Assessoria. No Meio de Propaganda (@meiodepropaganda), destaca o mercado – paraibano, nordestino e brasileiro – há 13 anos. Quando a marca faz a diferença, o Meio faz a notícia.

Escreva para a coluna: [email protected]

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