
Eu gosto de livrarias. Gosto do cheiro dos livros novos. Aquela sensação de pegar um qualquer da prateleira, folheá-lo e sentir o cheiro inconfundível e quase inebriante que só os livros têm. Por essas e outras eu gosto de livrarias, mas eu acho que esse é o principal motivo. Não passo por uma sem entrar. Seja ela como for. Por onde eu for e tiver uma livraria, certamente eu irei. Grande, pequena. De centro ou shopping.
As livrarias têm um charme que só elas conseguem ter. Eu gosto da paz que encontro nas livrarias (não tem nada a ver com os preços dos livros, claro!). Gosto de passear nos corredores, pegar um livro mesmo que seja só para desejá-lo ou colocá-lo na minha lista de futuras aquisições depois de comparar com o preço na internet (quem nunca fez isso?).
Gosto de observar o que está na polêmica estante dos mais vendidos, que tanto torcem o nariz. Embora tenha minhas convicções e argumentos a respeito da lista dos mais vendidos, vou me abster de ampliar os comentários sobre esse assunto – pelo menos nesse texto.
E sabe o que mais embeleza uma livraria? Leitores. Sim, são os leitores que transformam o ambiente das livrarias. Do que adianta livros se ninguém se interessar por lê-los? Por tê-los? Por desejá-los?
Para melhorar o cenário, só quando encontramos crianças entre os livros. Levadas pelos pais inicialmente, e depois de forma espontânea visitando livrarias. não há mágica nisso, é construção de hábito e exemplo de dentro de casa que se reflete no mundo.
Ah, as livrarias. Pena que a cada dia temos menos. E menores. E mais distantes. Das poucas que resistem, a maioria com forte pegada comercial (e eu compreendo a questão da sobrevivência). Aproveitemos as que restam.
Valéria Sinésio
Jornalista