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Entrevista: Branding pessoal é gestão estratégica de reputação com propósito

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Foto: Renata Gadelha (divulgação)

A paraibana Renata Gadelha tem trajetória reconhecida localmente. Uma vida profissional que une arte, arquitetura e comunicação. Lembro bem do ambiente que ela assinou na Casa Cor Paraíba, há dois anos, por exemplo – visitei e fiz conteúdo para o @meiodepropaganda. De lá para cá, ela tem trabalhado o branding, que transforma histórias reais em marcas. E é sobre isso o papo que conduz a minha coluna de hoje aqui no Portal.

Embora tenha iniciado a formação acadêmica no Direito, foi na Arquitetura que descobriu sua primeira afinidade genuína com a criação. Mais tarde, quando morou nos Estados Unidos, aprofundou a jornada no universo audiovisual, na graduação de “Direção de Cinema e TV” pela Ucla, e estudou Moda e Figurino no Fashion Institute of Design and Merchandising. Um repertório multifacetado que já foi reconhecido por prêmios de cinema e arquitetura.

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Renata, com seus diversos instrumentos, toca marcas do nosso mercado e fala sobre o poder do branding pessoal como ferramenta estratégica para profissionais, criadores e empreendedores nesta entrevista.

Fale sobre o branding pessoal. Por que é importante?

Branding pessoal é a gestão consciente da percepção que as pessoas têm sobre você. Vai além de logotipo ou estética. Trata-se de alinhar essência, valores, competências e diferenciais em uma narrativa coerente e memorável. Num mundo saturado de informação, marcas pessoais fortes funcionam como bússolas, guiam conexões, criam confiança e abrem portas. Seja um profissional liberal, um criador ou um empreendedor, o branding é o que posiciona sua autenticidade como diferencial competitivo.

Em que momento você entendeu que deveria trabalhar com branding?

Desde muito cedo, estar em contato com a arte, o pensamento visual e a linguagem me despertou uma sensibilidade para aquilo que vibra nas entrelinhas, nos gestos, nos símbolos, nos espaços. Ao longo da minha trajetória acadêmica e profissional, transitei por várias áreas, sempre em busca de novos olhares, e, principalmente, de entender o que move as pessoas. Foi justamente esse movimento constante de aprender e de observar que me levou naturalmente ao branding. Com o tempo, percebi que podia unir esses repertórios para ajudar pessoas e marcas a buscarem seu propósito e se expressarem com mais verdade e potência. Foi uma escolha que aconteceu menos por ruptura e mais por confluência, um fio que foi se revelando.

Sabendo que o branding pessoal vai além da estética, que outros elementos são essenciais a uma marca pessoal? Como trabalha com seus clientes?

O que sustenta uma marca pessoal é o que vem de dentro: discernimento, intenção e consistência. Estética é só a camada imediatamente legível. Quando inicio com um cliente, começo com uma escuta profunda. Busco entender sua trajetória, valores, linguagem, público e visão de futuro. A partir disso, desenhamos o que chamo de “núcleo identitário”, uma base estratégica que inclui a identidade verbal, os territórios de discurso e a presença sensível da marca. O visual nasce disso, não o contrário.

Após esse diagnóstico inicial, como segue o trabalho?

A maior fonte de inspiração é a história por trás da pessoa ou negócio. Cada cliente é um universo, e me fascina mergulhar nesse território, descobrir as camadas visíveis e invisíveis, o que é dito e o que vibra no silêncio. Além disso, busco conexões com a arte, a literatura, em disciplinas como a Psicologia, Antropologia, Sociologia e Neurociência, na fisiologia do ser humano, nas conversas atravessadas pelo acaso, na paisagem, na arquitetura do cotidiano e nas cidades. A criação, para mim, é sempre um ato de conexão entre o mundo interno e o mundo que nos rodeia, porque o que move uma marca é, antes de tudo, sua capacidade de emocionar, de ser lembrada e de se tornar necessária.

Como manter uma identidade em um mercado que recebe influências externas e tendências momentâneas?

O segredo está em não se deixar dissolver. Tendência pode ser interessante, desde que você saiba onde ela se encaixa na sua finalidade, e como ela conversa com a sua narrativa. Quando uma marca pessoal tem clareza do seu eixo, daquilo que é inegociável, ela pode dialogar com o novo sem perder a coerência. É como uma árvore que balança com o vento, mas tem raízes firmes. E é nisso que acredito, em narrativas consistentes, que se transformam com o tempo, mas não se perdem.

Que sugestão você daria para alguém que quer investir no seu branding pessoal?

Comece olhando para dentro. Pergunte-se o que te move, no que você acredita, o que quer transformar no mundo e como quer ser lembrado. Perceba o que você já construiu, o que te emociona, o que você quer que os outros sintam quando te encontram, no presencial ou no digital. Depois, observe como os outros te percebem: onde há sintonia? Onde há ruído? A partir daí, construa com intenção, traduzindo sua essência em palavras, escolhas visuais, formas de estar e se expressar. Não é sobre se encaixar, é sobre se revelar com clareza e intenção. O branding não é autopromoção, é gestão estratégica da sua reputação com propósito. E, se puder, busque quem possa te acompanhar neste percurso com sensibilidade e método.

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